Deverão terminar, nas próximas semanas, os trabalhos de limpeza, de gestão de combustível e de abate sanitário na Mata dos Marrazes, que levaram ao corte de mais de 3.000 árvores infectadas com a doença do nemátodo-damadeira- do-pinheiro (NMP), ou seja, quase o dobro do número previsto aquando do início da intervenção.
“A dimensão da praga [do nemátodo] era maior do que se pensava. Quando foi feito o estudo, no âmbito do Plano de Gestão Florestal, havia 1.700 árvores doentes, mas quando começámos a executar o corte sanitário percebemos que havia muitas mais”, alega o presidente da Junta de Freguesia de Marrazes e Barosa, Paulo Clemente. O autarca considera que o corte “era um mal necessário”, sob pena de a praga alastrar.
O próprio Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) explica no seu site que o nemátodo se combate com a remoção dos “pinheiros mortos ou com sintomas de declínio” e com a eliminação “de todos os sobrantes de exploração florestal”.
[LER_MAIS] Com o abate sanitário e a limpeza em fase de conclusão – haverá mais alguns cortes nas próximas semanas e a remoção do material lenhoso –, o que se segue? Esta é a pergunta que anda na boca de muitos dos moradores da freguesia, que anseiam pelo renascer da mata.
Paulo Clemente adianta que a Junta já pediu a um arquitecto paisagista para fazer “uma actualização” do estudo inicial, mudando a “filosofia” da Mata, que deverá renascer como parque verde.
“Ponderámos se queríamos mantê-la como uma área de produção de madeira ou transformá-la num grande parque, vocacionado para o lazer e para a actividade física. É esta segunda opção que vai avançar”, revela o autarca.
A intervenção na Mata, que contemplará a reaborização com recurso, preferencialmente, a espécies autóctones, como defende o Plano de Gestão Florestal, será feita por fases. A primeira, abrangerá a zona confinante com o Bairro Sá Carneiro e com o futuro centro escolar e deverá avançar no próximo ano.
“Será, seguramente, um projecto que demorará anos a concretizar, mas que, no final, irá dignificar muito a freguesia e a cidade de Leiria”, acrescenta Paulo Clemente, que assegura que, com o renascer da Mata, acabarão também as “amputações” que, ao longo dos anos, foram encolhendo este pulmão verde.