Os níveis de ruído na zona envolvente ao Mosteiro da Batalha diminuíram 20% desde a conclusão da intervenção feita em frente ao monumento e que incluiu a construção de um muro ajardinado, obra que motivou muita contestação.
Os dados constam de um estudo técnico, efectuado pelo Laboratório de Ruído e Vibrações, divulgado, esta terça-feira, pelo presidente da Câmara durante a sessão solene do Dia do Município.
De acordo com informação da autarquia, o estudo comparou as medições feitas após a obra com outras efectuadas em 2014, uma análise que, segundo Paulo Batista Santos, permitiu “evidenciar” que no espaço entre o IC2 e o Mosteiro os parâmetros medidos estão dentro dos valores regulamentares.
“Cumpre-se agora a Lei do Ruído. É uma vitória da Batalha e uma vitória da cultura e do património”, afirmou o autarca, considerando que a redução registada representa “uma evolução muito positiva na protecção” do monumento, Património Mundial da Unesco há mais de 30 anos.
A Câmara adianta ainda que o estudo incidiu também sobre as vibrações, que “registam igualmente uma evolução muito favorável”, com os níveis agora medidos a serem inferiores ao valor limite máximo estabelecido, pelo que não há risco de dano no edifício decorrente da estrada”.
[LER_MAIS] Durante a sua intervenção, Paulo Batista Santos defendeu que este projecto só foi possível porque houve gente com muita coragem”, referindo o apoio que o Município teve do director do Mosteiro e de entidades como a Direcção-Geral de Património Cultural, a Infraestruturas de Portugal, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e o Ministério do Planeamento e Infraestruturas.
O autarca agradeceu ainda aos “batalhenses” que criticaram a intervenção. “Fizeram-no com determinação e com a alma de quem partilha valores de defesa da nossa terra, contributo que considero determinante para o empenho e exigência que colocamos neste projecto que hoje, Dia do Município da Batalha, conhece uma conclusão: o Mosteiro da Batalha terá mais vida do que as estradas e os caminhos que com ele se cruzem.”
As cerimónias do Dia do Município serviram também para assinalar os 26 anos da geminação com Trujilho, com o alcaide desta cidade espanhola, Alberto Casero Ávila, a ser galardoado com a Medalha de Honra do Concelho da Batalha.
Durante a sua intervenção, o autarca de Trujilho sublinhou que as parcerias que têm sido desenvolvidas no âmbito desta geminação e enalteceu o município e a população da Batalha por ser “capas de olhar para o futuro com a ambição de sempre.
Homenagens no Dia do Município
Durante a sessão solene do Dia do Município da Batalha foram distinguidas várias pessoas, naturais ou com ligação ao concelho.
A pintora Irene Gomes, o médico Manuel Órfão, que já foi comandante dos Bombeiros Voluntários, e o padre João Monteiro da Felícia, que há mais de 50 anos faz trabalho missionário junto de populações desfavorecidas, receberam a Medalha de Mérito Municipal – Grau Ouro.
Ao restaurante Mosteiro do Leitão foi entregue a Medalha de Mérito Municipal – Grau Prata, enquanto a Direcção do Agrupamento de Escolas da Batalha e os professores e alunos envolvidos no projecto Rio Lena: futuros engenheiros em acção, desenvolvido no ano passado, receberam a Medalha de Cultura e Mérito Desportivo.
O Município distinguiu ainda Alberto Casero Ávila, alcaide de Trujillo, cidade geminada com a Batalha desde 1992, com a Medalha de Honra do Município, pelo empenho que tem depositado nesta parceira entre as duas autarquias e no desenvolvimento de projectos comuns.
Em dia de homenagens, o presidente da Câmara recordou dois “grandes batalhenses” falecidos este ano: o comendador José Baptista de Matos e Armindo Jordão.