O Grupo Lusiaves inaugurou, na passada segunda-feira, o Centro de Incubação de Ovos, um espaço localizado no Parque Industrial Manuel da Mota, em Pombal, que vai permitir o aumento da produção anual de mais de 62 milhões de pintos na Pintogal.
Este novo projecto é “apenas a face mais visível de um investimento global de mais de 60 milhões de euros, que passou também pela construção de pavilhões para a produção das galinhas e dos ovos que vêm alimentar este centro de incubação”, adiantou Avelino Gaspar, fundador e administrador do Grupo Lusiaves, que conta já com quase 40 anos de actividade no sector agro-alimentar.
“Estamos a falar da tecnologia mais avançada que existe. Este centro é um dos melhores a nível Europeu”, reforçou o responsável, ao adiantar que o Grupo Lusiaves passará a ter uma capacidade de produção anual global de mais de 180 milhões de pintos, reforçando a exportação para 16 milhões destes animais.
Avelino Gaspar garante que este investimento não esquece “as melhores práticas em termos de bem-estar animal e sustentabilidade”, dando como exemplo os projectos de reutilização de água e os painéis fotovoltaicos instalados em todas as unidades do grupo.
A inauguração do Centro de Incubação serviu também para o administrador do grupo anunciar a recente aquisição de uma participação societária na Scandi Standard, a “maior empresa escandinava do sector agro-alimentar”, com presença nos mercados da Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Irlanda e Lituânia.
O novo Centro de Incubação, instalado numa área total de 3,25 hectares, tem uma área de produção de nove mil metros quadrados e cria 200 novos postos de trabalho. Vai permitir aumentar a capacidade de produção da Lusiaves e promover “avanços significativos na estratégia de desenvolvimento das empresas do grupo”.
Aproveitando a presença de diversas figuras do Governo português, incluindo o primeiro-ministro, o também comendador deixou um apelo a Luís Montenegro.
“A Europa tem de reorientar urgentemente os seus esforços colectivos para o reforço da produção europeia e a sua industrialização, assegurando o máximo da sua independência. O sector agro-alimentar e avícola são daqueles que têm de estar na primeira linha da auto-suficiência”, defendeu o administrador.
Dando o exemplo da capacidade empreendedora da Lusiaves, Avelino Gaspar adiantou que o licenciamento do Centro de Incubação “começou já no longínquo ano de 2018”. “Precisamos urgentemente de uma reforma do processo de decisão, de ver na prática a simplificação administrativa que vemos na legislação”, acrescentou, acreditando que esta é uma condição essencial para que os portugueses continuem a consumir “produtos frescos com a redução da pegada de carbono”.
Luís Montenegro afirmou que não podia “estar mais de acordo” com esta visão e sublinhou que “a burocracia é um erro à escala nacional e europeia”. “Não podemos exigir o cumprimento de regras de tal maneira restritivas, do ponto de vista desse pretenso fundamentalismo ambiental, que faz com que depois nas prateleiras da Europa estejam produtos provindos de outras geografias do mundo, com menos qualidade, um preço mais acessível”, sustentou o primeiro-ministro.