À terceira será de vez. Essa é, pelo menos, a expectativa de quem reside nas dez aldeias do concelho de Porto de Mós ainda sem rede de fibra óptica e que vêem agora uma nova luz ao fundo do túnel, com a assinatura de um memorando de entendimento a celebrar entre o município e a D&S, empresa que disponibiliza redes e serviços a outras operadoras.
O acordo, aprovado na semana passada com a abstenção dos vereadores do PS, prevê, além da instalação de fibra naqueles dez lugares, o reforço de rede em 25 localidades, permitindo a todos os operadores de telecomunicações disponibilizarem o serviço aos seus clientes. No total, serão abrangidas aproximadamente 2.500 habitações, nas freguesias de Alqueidão da Serra, Alvados e Alcaria, São Bento e Serro Ventoso.
Este é o terceiro protocolo do género assinado entre o município e operadoras, para tentar resolver os problemas da falta de cobertura de fibra óptica no concelho. O primeiro foi celebrado em 2016, com a Vodafone, mas “nada foi feito”, alega Jorge Vala, presidente da câmara.
Já em 2020, houve um novo protocolo, agora com a Altice, que previa que, até ao final de 2021, 93% das habitações do concelho passassem a ter disponibilidade de rede de fibra, o que, segundo o líder do município, “foi cumprido”. Falta completar os restantes 7%, abrangidos pelo memorando de entendimento agora aprovado.
Na reunião de câmara realizada na semana passada, Jorge Vala, revelou que a empresa D&S se propõe a investir “quase meio milhão de euros”, a executar “no prazo máximo de um ano”. Essa informação não consta do documento submetido à votação, o que motivou críticas dos vereadores do PS. “Não tem uma única obrigação sobre aquilo que a empresa tenciona fazer”, alegou Rui Marto, defendendo que o documento “devia ter mais informação”.
“Basicamente serve para isentar a empresa de taxas. Estamos a votar em branco”, reforçou o socialista. “É o memorando de entendimento de uma coisa que vai ser feita. Há isenção porque, por Lei, não tem de ser cobrado”, respondeu Jorge Vala, frisando que se trata de um investimento “fundamental” para o concelho.