O novo terminal rodoviário de Leiria será um edifício “transparente”, “não totalmente fechado”, a construir na zona desportiva, no espaço entre o rio e ‘rotunda da bola’ usado actualmente para estacionamento de autocarros.
Os pormenores foram revelados pelo vereador Luís Lopes, numa sessão de esclarecimentos promovida, na semana passada, pela câmara, que contou com a presença de cerca de 70 pessoas, com a localização a dominar grande parte das intervenções.
Entre alertas sobre os impactos de instalar um equipamento desta natureza naquela zona da cidade, pela eventual sobrecarga do trânsito e de infra-estruturas, houve também quem sugerisse localizações alternativas, como as Olhalvas ou a zona da Cerâmica do Lis.
Em defesa da opção da câmara, o vereador Luís Lopes destacou a maior facilidade de acessos, nomeadamente às auto-estradas, à estação de comboios e à futura linha de alta velocidade, e o facto de permitir manter a localização da Feira do Levante.
Por outro lado, ter o terminal “mais próximo dos eventos, permite aportar na lógica do uso de transportes públicos para acesso a essas iniciativas”, salientou o autarca, revelando ainda que “a PSP entende que o perímetro de segurança não é influenciado com a central no local apontado”.
A deslocalização do terminal rodoviário implicará a criação de duas paragens de autocarros “âncora”, uma em frente ao Teatro José Lúcio da Silva (TJLS) e outra nas imediações da rotunda D. Dinis, avançou Luís Lopes.
Além disso, a futura concessão do Mobilis prevê a criação de um serviço de ‘navette’, que, segundo o vereador, assegurará a ligação entre os estacionamentos periféricos, o terminal rodoviário, a paragem junto ao TJLS e a zona da Segurança Social.
Entre os munícipes que intervieram na sessão pública, Manuel Oliveira disse que “se vai cometer um erro estratégico” ao construir o terminal no local previsto e segeriu um referendo.
Por seu lado, Rita Moniz defendeu a localização nas Olhalvas ou junto à Cerâmica do Lis, “deixando a zona do estádio disponível para zona de acesso periférico à cidade”, enquanto Carina Francisco e Jorge Crespo alertaram para o “estrangulamento” do trânsito que resultará da instalação do terminal na zona desportiva.
Ramiro Antunes expressou “preocupação” pela sobrecarga de equipamentos naquele espaço, onde já se encontram as piscinas e para onde está também projectado o pavilhão de Leiria e agora a rodoviária.
“A localização não é uma decisão unânime. Os contributos são legítimos”, reconheceu o presidente da câmara no final da sessão, sublinhando a preocupação do município em manter o terminal próximo do centro da cidade e de acautelar que o edifício terá o “mínimo” impacto visual.
Gonçalo Lopes frisou ainda a necessidade de “rapidez” na decisão, estimando que este é um projecto para executar “em dois anos”.