O número de carros que diariamente circulam entre Leiria e Marinha Grande cresceu quase 40% nos últimos anos. Os dados recolhidos aquando da elaboração do Plano de Acção de Mobilidade Urbana Sustentável da Região de Leiria, há cerca de quatro anos, apontavam para a existência de cerca de 16 mil veículos a movimentarem-se todos os dias entre as duas cidades. Este número aproxima-se agora dos 22 mil.
Fonte oficial da Infra-Estruturas de Portugal (IP), entidade que tutela a EN242, avança ao JORNAL DE LEIRIA que no troço entre a Marinha Grande e a rotunda da A8, na zona de Albergaria, o volume de tráfego diário ronda os 25 mil veículos. Já entre esse ponto da EN242 e a cidade de Leiria, circulam cerca de 19.200 viaturas. “O tráfego médio diário no troço da EN242 entre Leiria e Marinha Grande é de aproximadamente 22 mil veículos”, informa a IP.
“É uma pressão muito grande”, assinala o presidente da Câmara da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, que admite que este aumento de tráfego se deva ao crescimento da população, que se faz sentir no eixo Leiria-Marinha Grande, e ao “incremento da actividade económica, com mais em presas e mais postos de trabalho”.
“Precisamos de uma solução. Qualquer dia será impossível circular entre as duas cidades. Em certas horas, forma-se uma fila contínua na EN242”, afirma o autarca da Marinha Grande, reconhecendo que o projecto para a construção de uma variante está “mais difícil de concretizar”. Por um lado, “não há muito espaço” entre a malha urbana da cidade e a auto-estrada do Oeste (A8) e, por outro, “é mais complicado uma candidatura a fundos comunitários”, uma vez que as disponibilidades de financiamento para estradas são “cada vez menores”.
A solução, diz Aurélio Ferreira, passa pela isenção de portagens no troço da A8 entre Marinha Grande Sul, que abrange a zona industrial, e Leiria Sul (Pousos). A reivindicação não é nova – vem do anterior mandato autárquico – e já foi apresentada, sem sucesso, a várias entidades, desde o Instituto de Mobilidade e Transportes, passando pela IP e pela empresa que tem a concessão da A8. “
É necessária uma decisão política para que esta isenção seja uma realidade”, defende Aurélio Ferreira, que, na semana passada, abordou o assunto na Comissão Parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação, na audiência subordinada ao tema “Aeroporto Internacional de Lisboa em Alcochete e Isenção de Portagens nas SCUT – impactos para a Região Centro de Portugal”.
“Tenho a certeza absoluta que o trânsito [entre Leiria e Marinha Grande] melhorava muito com a isenção de portagens”, reforça o autarca, que admite que a gratuitidade no troço proposto poderia ser “transitória”, até haver outras opções de mobilidade, quer com novas vias a construir no âmbito da linha de alta velocidade e da estação ferroviária da Barosa, quer através da criação de uma linha dedicada para fazer a ligação entre Leiria e Marinha Grande através de autocarros movidos hidrogénio, um projecto da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, já objecto de uma candidatura a fundos comunitários.