Em 2017, nove concelhos da região receberam quase 1,5 milhões de hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros, número que traduz uma subida de 121% face a 2011.
Os dados, disponíveis no site da Pordata, revelam que, no período em análise, foram mais 799 mil os hóspedes a visitar e a ficar na região.
Os números pecam por defeito, já que para vários concelhos não há dados disponíveis, em alguns casos relativos ao ano de 2011, noutros a 2017, noutros ainda aos dois.
Estão nesse lote os concelhos de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Marinha Grande, Peniche, Pedrogão Grande e Porto de Mós.
Analisando os concelhos para os quais a Pordata disponibiliza informação (ver quadro), percebe-se que Ourém é aquele que regista maior número de hóspedes.
E é igualmente um dos que maior subida regista no período em análise. O que se explica, no que se refere ao primeiro aspecto, ao turismo religioso e ao fenómeno Fátima e, no segundo, à visita do Papa Francisco, precisamente em 2017, aquando do centenário das aparições.
A visita do Santo Padre teve um impacto económico a rondar os 20 milhões de euros nas localidades de Fátima e Ourém, segundo dados de um relatório de avaliação conduzido pela Associação Empresarial Ourém-Fátima e pelo Turismo Centro de Portugal, citados pela Lusa.
“Fátima é uma marca nacional”, lembra Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, adiantando que há cada vez maior procura pelo turismo religioso e cultural.
Por isso, não será também de estranhar que os concelhos da região onde existem monumentos classificados pela Unesco, como Alcobaça e Batalha, estejam entre aqueles onde o número de hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros mais cresceu. No primeiro caso subiu 128%, no segundo 83%.
Pedro Machado lembra que o crescimento de hóspedes na região Centro, e nomeadamente na zona de Leiria, “é muito superior à media nacional”. Em alguns casos, é mais “mais do dobro”. Isto deve-se à “cada vez maior atractividade” da região, que se explica por vários factores, aponta.
Além do fenómeno Fátima, a região apresenta uma série de produtos de turismo activo, de património e de cultura (áreas em cuja divulgação a entidade que dirige tem feito “aposta reforçada”), que lhe permitem posicionar-se para além do que é a “oferta tradicional” de sol e mar, e que têm vindo a ser cada vez mais procurados pelos turistas.
Entre os concelhos para os quais há dados disponíveis no site da Pordata, Leiria é outro dos que registam maior crescimento no número de hóspedes (mais quase 74%). O presidente do Turismo Centro de Portugal entende que para tal contribuirá a programação cultural da capital de distrito, e a cada vez maior notoriedade do Politécnico de Leiria, que atrai conferencistas e outros profissionais.
Pedro Machado diz ainda que Leiria acaba por ter “uma grande complementariedade” nos produtos que apresenta, sendo tambem pólo de atracção no que se refere ao chamado turismo de compras.
[LER_MAIS] Quanto a Caldas da Rainha, onde o número de hóspedes cresceu 190% em seis anos, o presidente do Turismo do Centro fala igualmente no “conjunto de eventos” que a cidade tem apresentado, bem como na programação do Centro Cultural, que atrai cada vez mais visitantes ao concelho. Para aquela subida no número de turistas, contribuirá igualmente, na sua opinião, o aumento da oferta hoteleira.
Em Portugal, no período em análise, o número de hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros passou de quase 1,4 milhões para 2,4 milhões, uma subida de 71%.