O ano de 2018 já tinha sido bom para a reciclagem na região, mas 2019 foi ainda melhor. O último ano terminou com a Valorlis, que abrange os concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém Pombal e Porto de Mós, a registar o valor mais elevado de sempre na recolha selectiva de resíduos, batendo o recorde fixado em 2010 (11.500 toneladas).
No total, foram depositados nos ecopontos 12.460 toneladas de material enviado depois para a reciclagem, um valor que representa um aumento de 17% (mais 1.319 toneladas) em relação a 2018, que tinha sido o segundo melhor ano de sempre desde que o sistema da Valorlis começou a funcionar, em 1996.
Os dados divulgados esta semana pela empresa revelam que a subida se sentiu em todos os materiais (vidro, papel, cartão, plástico e metal). Foi, contudo, nos ecopontos amarelos, que fazem a recolha das embalagens, que se registou, em termos percentuais, o maior aumento (mais 19% face a 2018), com a deposição de 2.218 toneladas (mais 183).
Seguiu-se a separação do vidro, que, no ano passado, teve um crescimento de 16%, passando de 4.248 toneladas recolhidas em 2018 para 4.865. Na reciclagem do papel/cartão a subida foi de 15%, com os ecopontos azuis a receberem, no último ano, 5.377 toneladas deste material (mais 519 toneladas em comparação com 2018).
Este esforço de recolha selectiva permitiu evitar o abate de 80 mil árvores e reciclar vidro suficiente para fabricar mais de 13,9 milhões de garrafas de 0,75 litros. De acordo com os cálculos apresentados pela Valorlis, o material depositado, no último ano, nos ecopontos amarelos (metal e plástico) da região, dá para produzir mais de 11,4 milhões de latas de 0,33 litros e mais de 7,3 milhões de t-shirts em poliéster.
Para Marta Guerreiro, administradora- delegada da Valorlis, o aumento do material depositado nos ecopondos, deve-se, em parte, ao envolvimento da população e à sua “maior consciência ambiental”. Por outro lado, a dirigente destaca o “forte investimento em novos ecopontos, em diferentes tipologias de contentores, viaturas e a campanhas de sensibilização para a correcta separação que a Valorlis têm vindo a desenvolver em conjunto com os municípios”.
Um dos investimentos feitos foi a concretização do projecto-piloto Ilhas Ecológicas – Recolha de Proximidade, co-financiado pelo POSEUR – Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos – que, no ano passado, resultou na colocação de mais 200 ilhas ecológicas no concelho da Marinha Grande, com o objectivo de “incentivar o hábito da separação de resíduos” e de “aproximar” os ecopontos à população.
Citada por um comunicado da Valorlis, Marta Guerreira reconhece, no entanto, que é preciso fazer mais. “Apesar dos excelentes resultados alcançados, temos consciência que o nosso esforço em prestar um serviço cada vez melhor à população deverá manter-se, para em conjunto construirmos um ambiente melhor para todos”, diz.