PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Viver

O “Barbeiro de Leiria” quer salvar o avião do “parque do avião”

por
Fevereiro 24, 2020
em Viver
0
O “Barbeiro de Leiria” quer salvar o avião do “parque do avião”
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

Patrício Gaspar é o “Barbeiro de Leiria”. No seu ninho de águia empoleirado no edifício do antigo Centro Comercial Sol Leiria, corta cabelos e apara barbas enquanto, pela janela, o seu horizonte quotidiano se abre para o Parque Municipal tenente-coronel Jaime Filipe da Fonseca.

Dali, vê o Rio Lis, transformado em canal encimentado e mal amado, e para uma relíquia datada do final dos anos 30 do século XX.

Patrício Gaspar é o “embaixador do avião”

 

Desde pequeno, que o coração de Patrício bate mais forte, quando, ao visitar o parque, as suas mãos tocam a superfície de metal fino e frio do Beechcraft C-45 Expeditor, o avião que, desde 1977, oficiosamente, dá nome ao espaço verde; o “parque do avião”.

Preocupado com o estado de conservação da aeronave, que é, hoje, um dos símbolos da cidade, o barbeiro quer ser o embaixador do avião e promover um encontro entre os leirienses e este ex libris, para que, conhecendo-o, o passem a amar e a proteger, em vez de o destruir, como tem estado a acontecer, nos últimos anos.

Patrício encetou contactos com a autarquia, com a FAP, com o Museu do Ar e com a Base Aérea de Monte Real, de onde o avião foi cedido, para recuperar e salvar do esquecimento este símbolo da cidade.

O avião de Leiria, por Patrício Gaspar

O “parque do avião” é bem conhecido dos leirienses, mas não pela sua real toponímia de “Parque Municipal tenente-coronel Jaime Filipe da Fonseca”, que é uma homenagem prestada pelo município a este filho da cidade, que faleceu durante a ditadura do Estado Novo, no Assalto a Beja, em 1962, quando era subsecretário de Estado da Defesa.

Para saber mais, decidi investigar no Arquivo Distrital de Leiria, onde encontrei alguns manuscritos, artigos de jornais locais e do Arquivo Histórico Militar de Lisboa e falei com leirienses de maior idade. Fica aqui a síntese das minhas descobertas, para memória futura.

Poucos conhecem a história do avião que está exposto no meio do parque e que veio para Portugal, cedido à Força Aérea, após a Segunda Guerra Mundial.

Os primeiros Beechcraft destinaram-se à Aviação Naval, sendo, mais tarde, transferidos para a Força Aérea Portuguesa em 1952, após uma adaptação ao transporte e atribuídos aos comandos de diversas unidades militares.

Durante muito tempo estiveram ao serviço nas Base Aérea (BA) N.º 1 – Sintra; BA N.º 2 – OTA; BAN.º 5 – Monte Real e BA N.º 6 – Montijo.

O aparelho tem a designação de Modelo C-45 Expeditor e é um avião canadiano bimotor, monoplano de asa baixa, construção metálica, hélices metálicas de duas pás, construído pela Beechcraft. O primeiro protótipo voou pela primeira vez a 15 de Janeiro de 1937.

Tem comprimento de 10,4 metros, envergadura de 14,5 metros e altura de 2,8 metros.
Nas asas, dois motores Pratt C Whitney R985-B5 com nove cilindros radiais arrefecidos a ar, debitam, cada um, 450 cavalos. 

Quando voava, poderia atingir uma velocidade máxima de 370 Km/h, sendo a sua velocidade de cruzeiro de 330Km/h. 

O tecto máximo de operação é de seis mil pés, tendo uma autonomia de 1600 Km. Pesa 3793 Kg e conta com uma tara de 2671 Kg.

Segundo o esquema de pinturas da FAP – Força Aérea Portuguesa, a sua construção metálica inclui chapa em alumínio polido e dorso branco, ostenta a Cruz de Cristo sobre círculo branco, na face superior da asa esquerda e inferior na asa direita, alternado com as cores nacionais sem escudo num rectângulo nas laterais dos estabilizadores verticais, encimado pelos algarismos de matrícula pintados a preto.

Na sua utilização normal, servia para transporte, instrução de navegadores, patrulhamento e observação marítima, tendo uma capacidade para oito passageiros: seis tripulantes e dois pilotos.

Os Beechcraft C-45 Expeditor foram retirados de serviço em 1973, sendo que apenas existem registos deste modelo no parque de Leiria e de outro, no Museu do Ar, em Sintra, o que os torna em verdadeira relíquia da aviação portuguesa.

O Beechcraft C-45 Expeditor do Museu do Ar

 

Há documentos que atestam que, ao serviço do comando na Base Aérea de Monte Real (BA N.º 5), o aeroplano serviria para deslocações até ao aeroporto de Figo Maduro onde, durante a Guerra Colonial havia armamento excedentário retirado de caças F84 (abatidos e desmantelados). 

Uma vez que era necessário dar formação aos pilotos, sendo utilizada uma grande quantidade de munições que a Base Aérea N.º 5 não tinha no paiol, era em Alverca onde eram entregues as guias de controlo de existências, já que a Nato se opunha ao conflito no Ultramar e havia escassez de armamento. O Beechcraft C-45 serviria para o transporte desse armamento. 

O aparelho ainda servia para transporte de pessoal. Como vários pilotos da BAN.º 5 viviam em Lisboa, à segunda-feira, trazia-os da Portela (actual aeroporto Humberto Delgado) até Monte Real e à sexta levava-os de regresso.

Em termos históricos, o avião surge no parque de Leiria em 1977, tendo sido colocado junto ao Bairro dos Anjos, onde se permaneceu até meados do ano 2006, quando o espaço público, tinha outra configuração.

Após a requalificação promovida pelo Programa Polis, foi colocado no actual local, com o fim de lhe dar maior visibilidade.

Desde 1977, o aeroplano foi pintado por duas vezes, sempre após actos de vandalismo alvo, mas sem uma grande preocupação, sem grande acondicionamento e sem regras.

A Câmara Municipal de Leiria devido ao custo elevado de um espaço para acondicionar e explicar a história do aparelho – um museu -, acabou por o recuperar na sua essência exterior em 2009, pelas mãos de Fernando Manuel, natural de Monte Real. 

Foram executadas reforços de pintura exteriores, tapadas as janelas com vidros foscos e o total fecho de portas de acesso ao interior.

Contudo, os actos de vandalismo persistem e, neste momento, o avião que dá o nome oficioso ao parque, encontra-se novamente em muito mau estado. 

A própria FAP desconhece o estado de conservação do Beechcraft de Leiria, que, sendo uma peça única em Portugal, merece a consideração de todos.

Muitos leirienses, recordarão o lago dos patos, o ringue de basquete, ou as instalações dos campos de ténis.

Neste momento, a aeronave está novamente degradada, dado que as pessoas sobem e saltam em cima dele, há peças soltas, peças partidas, pintura degradada e descolada, bem como inscrições e graffiti.

Se queremos ficar com esta história bem viva temos de a preservar e impor medidas. Regras simples, como não subir para cima dele ou criar um roteiro de visitas para contar a sua história às crianças, para que estas o adoptem como seu.

Dados históricos, registos de Cartas do Arquivo Municipal

Corria o ano de 1975 quando o coronel Rui Carvalho Ferreira Santos trocou correspondência entre a Marinha Grande e Lisboa, solicitando ao general chefe do Estado Maior da Força Aérea a cedência de um avião JU-52 para a Câmara Municipal de Leiria instalar num parque infantil.

Dando assim uma nova casa ao modelo em fim de vida na Base aérea de Monte Real.

Passo a citar “esta Câmara empenhada em proporcionar às crianças desta cidade, um parque infantil, onde possam as mesmas dar largas aos seu espírito, numa liberdade, bem-estar e segurança que tranquilize as preocupações de seus Pais, (…) e que possam ver ao real, aquilo que tantas vezes vêm passar sobre elas”.

Meses mais tarde, haveria um despacho favorável à cedência de um Beechcraft, sendo que a autarquia foi avisada, nesse ano de 1977, que teria três semanas para levantar o avião BC 2508.

 

 

 

Etiquetas: aviãobeechcraft C45 expeditorparque do aviãopatrice gasparPatrício gaspar
Previous Post

Dançarino com brilho de prata

Próxima publicação

Morte do padre da Maceira arquivada pelo Ministério Público de Leiria

Próxima publicação
Morte do padre da Maceira arquivada pelo Ministério Público de Leiria

Morte do padre da Maceira arquivada pelo Ministério Público de Leiria

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.