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Home Abertura

O cliente pede, o aluno executa e o conhecimento nasce

Daniela Franco Sousa por Daniela Franco Sousa
Junho 6, 2024
em Abertura
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De capot aberto, Santiago Pires e Ivan Neves, de 15 e 16 anos, sujam as mãos e mudam o óleo de um automóvel estacionado junto à sala de aula. São alunos do 1.º ano do curso de Mecatrónica Automóvel, na Escola Secundária Pinhal do Rei e, sob vigilância do professor, têm a incumbência de trabalhar neste e noutros veículos que lhes sejam confiados por docentes, funcionários e outros “clientes” que surjam, dentro ou fora da esfera escolar.

Este é apenas um dos vários cursos dinamizados na região e que, pela sua forte componente prática, se têm vindo a abrir à comunidade, numa relação onde todos ganham. O público pode recorrer aos seus serviços – nalguns casos gratuitos – e os estudantes têm a oportunidade de aprender em contexto de trabalho, ganhando traquejo para enfrentar as necessidades do mercado real.

Uma oficina na escola

Na Pinhal do Rei, o curso profissional de Mecatrónica Automóvel teve início em 2007. Mas foi já durante este ano lectivo que, para fortalecer a componente prática e ter acesso a novos materiais, a direcção decidiu criar uma espécie de oficina, aberta ao público, nas instalações desta escola da Marinha Grande.

“Entrei para leccionar a componente tecnológica e percebi que existiam algumas lacunas, ao nível de materiais e de formação dos alunos. Resolvi, com a direcção da escola, abrir o curso à comunidade”, conta Aires Roque, professor do [LER_MAIS]curso de Mecatrónica Automóvel. A escola começou por solicitar automóveis à câmara municipal, que disponibilizou viaturas antigas.

Mas entendeu que eram necessárias mais e passou a trabalhar nos carros dos funcionários e dos docentes. “Fazemos revisões para inspecções, mudanças de óleo, filtros, pastilhas de travão. São acções simples, sempre supervisionadas, com check list inicial e final. Tem corrido muitíssimo bem”, avalia Aires Roque.

“Os interessados só têm de nos contactar para agendar, porque não o fazemos todos os dias. E precisamos de saber quais os materiais necessários, que os ‘clientes’ nos devem trazer”, explica o professor. A mão-de-obra é gratuita.

Entretanto, já chegaram aos alunos novos desafios. Os bombeiros voluntários levaram para a escola duas motas de água, bem como um antigo camião Ford Trader, “quase peça de museu”, onde é preciso reparar chapa e mecânica, conta Aires Roque. E a câmara tem outra viatura disponível, que a escola ainda não recolheu por falta de espaço, prossegue o docente. Desta forma, os alunos têm acesso a novos materiais e aprendem fazendo, valoriza o professor.

Alunos do 1.º ano, Ivan e Santiago corroboram em pleno. Ocupados com o carro ali deixado por uma das mães, dizem que é esta vertente prática que mais apreciam no curso. Ivan gosta de motores desde pequeno e ambiciona ser mecânico de profissão. Se puder trabalhar com motas, melhor ainda. “É o meu forte.”

Mexer nos motores é também o que mais gosta de fazer Santiago, que sonha ser mecânico e lidar com jipes.

O salão dos futuros cabeleireiros

Dina Gouveia é professora. Em frente ao espelho, está pronta para mudar de visual. É a terceira vez que recorre ao salão da Escola Profissional e Artística da Marinha Grande, onde os alunos do curso de Cabeleireiro disponibilizam os serviços à comunidade.

“Vou fazer uma coloração”, adianta a professora. “Eles são muito bons. Vê-se que aprenderam muito bem a prática. E são muito atenciosos, têm muito cuidado. Quando têm alguma dúvida, perguntam à professora, que também está sempre a acompanhar”, nota Dina Gouveia. “É um serviço espectacular”, considera a professora, que tem falado deste espaço a outras pessoas. “Quem vem fica satisfeito e normalmente volta.”

A satisfação de cada cliente é, por sua vez, a felicidade de Lucas Sousa, de 19 anos, que frequenta o 3.º ano do curso de Cabeleireiro. O jovem brasileiro, que deixou o país para estudar em Portugal, abandonou Mecatrónica quando percebeu que os cabelos eram um mundo onde podia dar mais asas à sua criatividade. “Gosto de poder cortar, cuidar do ânimo das outras pessoas, melhorar a sua auto-estima e sua felicidade”, partilha o jovem aprendiz.

“De início, surge o medo de errar, mas depois tudo se encaixa”, conta Lucas, que presentemente está a melhorar no corte de cabelo masculino. Já teve de resto uma experiência de estágio numa barbearia, onde sente que deixou porta aberta para trabalhar.

Já Érica Mendes, de 18 anos, prefere fazer colorações e caracóis. Agora, está a aprender mais sobre penteados artísticos. “Estou a gostar bastante.” Neste salão, já teve oportunidade de trabalhar com público de todas as idades e ambos os sexos. São professores da instituição, funcionários, outros alunos, além de pessoas externas à escola.

Para Érica Mendes, este aspecto prático, em contexto real, tem toda a importância. Por um lado, desenvolve a comunicação dos alunos mais reservados. Depois, permite trabalhar com cabelo humano, salienta.

Ana Rita Fonseca, coordenadora do curso de Cabeleireiro e professora das aulas práticas, explica que por esta formação têm passado rapazes e raparigas que, ao longo de três anos, ficam habilitados com o nível IV da profissão. “Saem prontos para ter o seu próprio salão, trabalhar em moda ou televisão”, exemplifica a coordenadora. E todos os anos, entre Abril e Maio, o salão tem dia aberto à comunidade. Sob marcação, e durante o horário lectivo, todos os interessados podem cortar, fazer coloração, madeixas ou apenas e lavar e secar.

“Ter uma parte prática é o que faz sentido neste curso”, observa a professora, que dá outros exemplos da forte interacção destes alunos com a comunidade da região, que ultrapassa as fronteiras da escola. Com o projecto Envolver +, desenvolvido em parceria com a colectividade e com a Junta de Freguesia da Marinha Grande, os alunos vão até ao Clube Desportivo e Recreativo da Amieira, para pentear senhoras idosas. “É uma forma de as embelezar, de melhorar a auto-estima”, expõe Ana Rita Fonseca. Os alunos deslocam-se também à Comunidade Vida e Paz, de Fátima, bem como a uma creche e jardim-de-infância de Pataias.

“Não tenho sentido receio por parte de quem nos chega. Sabem que são atendidos por alunos, que são aprendizes. Mas, tendo sempre a minha vigilância, acabam por se sentir confortáveis”, relata a professora, que também atribui os trabalhos em função das áreas em que cada estudante se sente mais confiante. Portanto, assegura,“nunca houve nenhuma tragédia”.

Escola de Sabores e de chefs prestigiados

Tatiana Pereira tem 16 anos, frequenta o 2.º ano do curso de Cozinha/Pastelaria da Escola Profissional de Leiria (EPL) e, desta vez, tem como missão confeccionar a sobremesa, a servir num almoço de cozinha tradicional portuguesa, no restaurante Escola de Sabores. Torta de claras, recheada com ovos-moles, e granizado de melão e morango é a tarefa que a jovem tem em mãos.

Na cozinha deste restaurante-escola, da EPL, o resto da turma organiza-se para levar a bom porto todo o menu de degustação, que inclui salada de polvo à algarvia em concha de trigo, sopa de coentros e ovo escalfado, naco de atum com amêijoa na cataplana e perna de pato assado com arroz à moda de Estremoz.

“Há stress, sobretudo quando chegam muitos clientes ao mesmo tempo”, admite Tatiana. Mas é essa adrenalina e o gosto pela cozinha que a fazem ambicionar com uma carreira nesta área, explica a aluna.

Já na sala, Leandro Ferreira, de 18 anos, é um dos alunos do 1.º ano do curso de Restaurante-Bar, que tem por missão apresentar e levar até aos clientes as iguarias preparadas pelos colegas da cozinha. Gosta muito do contacto com o público, de ouvir os seus elogios e valoriza o espírito de equipa gerado entre os formandos. “Não há aqui craques, estamos todos pelo mesmo. Há momentos de discórdia, mas não há zangas. Lá fora somos todos amigos e aprendemos que não devemos levar o trabalho para a nossa vida pessoal”, refere o jovem.

Para Adelaide Matias, formadora que, nesta escola, acompanha os alunos de Restaurante-Bar há cerca de uma década, é satisfatório perceber a sua evolução prática e um “orgulho” constatar como tantos têm voado na sua carreira profissional. Orgulho que é partilhado por Alberto Vaz, director do curso de Restauração, também formador e chef de cozinha.

“O restaurante Escola de Sabores existe há 12 anos e foi aberto com o propósito de dignificar, potenciar e melhorar a formação de Cozinha e também de Restaurante-Bar, proporcionando formação real, em contexto de trabalho”, recorda. Os alunos estão a ser avaliados e a aplicar conhecimentos técnicos e de serviço para cerca de 50 pessoas. E sente-se a adesão do público, refere o chef.

O restaurante funciona de segunda a sexta-feira, apenas durante o almoço e durante o período lectivo. “Os alunos vivem aqui um misto de sentimentos e, no final, sentem nostalgia. Grande parte sai para o mundo do trabalho e regressa para nos visitar”, conta Alberto Vaz.

“Quando cá estão, são críticos por haver tanta exigência, mas quando passam pelo mundo do trabalho, vêem que valeu a pena a nossa exigência e persistência.” Leandro Carreira e Dárcio Henriques, antigos alunos da EPL, estão entre aqueles que mais êxito têm alcançado na sua vida profissional, com percursos internacionais abrilhantados com Estrela Michelin. Mas também Luís Gaspar, que conquistou o título de Chef Cozinheiro do Ano e integra um grupo que está a trabalhar para conquistar a tão desejada estrela, conta Alberto Vaz. São vários os casos de sucesso, também com ex- alunos premiados em Macau e tantos outros que se distinguem dentro do País, frisa o coordenador.

Etiquetas: educaçãoensinoEPAMGEPLpinhal do reiprofissional
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