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Home Opinião

O distanciómetro

Paulo José Costa, psicólogo clínico por Paulo José Costa, psicólogo clínico
Maio 29, 2020
em Opinião
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Decidiu registar a patente da sua mais recente invenção.

Ouvira os governantes a informar no noticiário que, mais do que nunca, seria preciso garantir que todas as regras sanitárias eram respeitadas.

Se queríamos voltar a uma certa normalidade, havia que afiançar um vasto rol de comportamentos, garantindo a devida distância entre as pessoas, na rua, no supermercado, no talho, na padaria e no café.

Mas também, no areal e no picnic, entre os vendedores ambulantes e as barracas de farturas, e as roulottes das bifanas, as carripanas das pipocas e dos gelados, os balneários, bem demarcados com estacas ou linhas imaginárias, tudo com a decretada utilização de sinalética em relação à ocupação, com os devidos protocolos da etiqueta sanitária.

Viseiras já existiam aos magotes.

Tudo a granel, de vários formatos, mas sempre com acrílico a criar a putativa segurança.

Mas tornavam-se incómodas. E davam um ar de soldador até à mais previdente cabeleireira.

Também já era abundante a panóplia dos álcoois – os géis e os liquefeitos, em spray ou com esguicho direcionado, de ph hidroalcoólico, etanol e propanol, com propriedades bactericidas e fungicidas, virucidas, anti-sépticas, leveduricidas, tuberculocidas, teor higienizante e proporção etílica superior a 70% – que essa é que dízima o sacana do bicho – com a devida proporção de fragrâncias e glicerina, para ser bem tolerado ao olfacto e não arrepiar as epidermes.

E as máscaras, ora sociais ou comunitárias, nem sempre recicláveis.

Umas cirúrgicas, ou ffp1, ffp2, ffp3, descartáveis, coloridas e em tons matizados, com estampas personalizadas, em tecido ou de esponja, com filtro em carbono activado e de material transpirável.

E as luvas de borracha nitrílica, com e sem talco, de latex ou vinil, neopreno, polietileno ou PVC, brancas, azuis ou pretas.

Tudo isso já tinha sido inventado.  E não faltava em nenhum local de comercialização, bazar, farmácia ou armazém grossista.

Também já havia os drones que lançavam uns apelos, vigiando a populaça, tendo o dom de espargir uns borrifos de lixívia para imunizar a calçada.

Agora, um distanciómetro era coisa que ainda ninguém se tinha lembrado de inventar.

Aquela eureka soara-lhe como uma ávida cogitação. Direccionada ao target dos comichosos, dos peçonhentos e assustadiços.

Destinado aos obcecados com expelições alheias.

Um automatismo a preceito.

Composto por um pau de vassoura com 150 centímetros de comprimento, forrado com película aderente para imunizar o cabo, tem em cada extremidade uma luva de latex homologado, preenchida de bolas de esferovite.

Isto para dar o efeito de STOP e simular a mão de um sinaleiro.

Simples o funcionamento: apetrechado de sensor com sirene acoplada, zumbe sempre que algum transeunte ultrapassasse o perímetro regulamentado.

Assim que haja a quebra da distância calibrada, está preparado para expelir uma solução à base de cloreto, não vá algum perdigoto desvairado escapulir-se da boca dos imprevidentes.

O distanciómetro é o último grito da tecnologia, uma autêntica boia de salvação.

E foi com uma célebre frase de Einstein – o seu inventor de referência, que fechou em rodapé o manual de instruções do seu invento: “o homem sábio é um criador de valores que não existem e que ele faz existir”, ainda que não compreendesse, verdadeiramente, o sentido daquela citação, mas lá que lhe soava bem, soava.

Etiquetas: opiniãoPaulo José Costa
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