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Home Viver

O Filipes contraiu matrimónio com Leiria há 35 anos

admin por admin
Março 13, 2022
em Viver
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Há dias, Pedro Miguel Ferreira, autor do livro Uma Cena ao Centro: música moderna portuguesa 1990 – 1999, sentou-se ao balcão do Filipes Bar, em Leiria.

Encetou uma conversa com Filipe Oliveira, filho do fundador do espaço e, palavra puxa palavra, sentenciou-lhe: “cometeste uma asneira do caraças na tua vida. Se tivesses mantido um diário dos últimos 35 anos sobre o Filipes, terias um belo livro cheio de histórias”.

Histórias de música? Também, mas a maioria de vida. “Histórias de tudo e mais alguma coisa!”, sorri Filipe.

O espaço faz 35 anos dentro de dias – abriu as portas no dia 14 de Março de 1987 – e, até hoje, tem sido palco para tertúlias, para convívio e marco na noite e no movimento underground de Leiria.

Durante estas três décadas e meia, o “Manel dos Filipes”, como é conhecido o proprietário, foi o anfitrião de uma miríade de artistas, músicos, pensadores, poetas, escritores e políticos e da movida da cidade.

Foi à porta deste que foi um dos primeiros bares do Terreiro – nome oficioso do Largo Cândido dos Reis – e é um dos últimos no local, que os Silence 4 confirmaram ser a mais famosa banda pop nacional, num concerto muito concorrido, que foi filmado e transmitido pela RTP e que, revela Filipe Oliveira, até esteve para não acontecer.

“Até duas ou três horas antes, o pessoal dos bares esteve em negociação com o empresário da banda, que estava a ameaçar cancelar o espectáculo.” No final, tudo se resolveu e o concerto na cidade-natal da banda ficou para a história.

“Noutra ocasião, o Quim Barreiros veio dar um espectáculo na Semana Académica e cumpria pena de prisão. Chegou no carro dele, mas, logo atrás, vinha um carro celular, não fosse ele fugir!”

O Filipes foi o palco onde várias bandas da “nova música de Leiria” e não só, tomaram fôlego. Nos primeiros anos, Carlos Moisés, vocalista dos Quinta do Bill, tinha reservada para si uma quarta-feira, todos os meses, e trazia convidados ou tocava com Jorge Rivotti.

“Eram noites memoráveis! Os Dapunksportif são uma banda de Peniche, mas três deles estudaram em Leiria e vinham ao Filipes muitas vezes.”

Alex, baixista dos Rádio Macau, tinha família nas Escadinhas de Santo Estêvão, ali ao lado, e também por lá parava, muitas vezes, com o resto da banda.

Os artistas da Omnichord Records, que deram um segundo fôlego à música de Leiria durante a segunda década do século XXI, também são presença habitual, quer seja em formato dj set, quer a solo ou em formações alternativas.

“Somos a casa do distrito com as piores condições para ter música ao vivo. Os músicos tocam em cima do público, apertados…. Mas querem vir sempre, por causa do ambiente e da alma.”

Manel, “o pai dos estudantes”
Há um ditado entre a comunidade académica leiriense. Quem vai estudar para a cidade e não passar pelo Filipes é como quem vai a Roma e não vê o Papa.

O Manel dos Filipes, 74 anos, jamais almejou ser tamanha eminência, mas é verdade que jamais se furtou a estender uma asa paternal a muitos jovens estudantes durante a sua estada no antigo Magistério (embrião da Escola Superior de Educação).

Havia mesmo pais que lhe ligavam a saber dos filhos. Se o fundador do bar lhes dissesse que estavam ali a beber alguns copos, asseverando que estava tudo bem, ficavam descansados. “O meu pai era conhecido por ‘pai dos estudantes’!”, recorda Filipe Oliveira.

Até o nome evoca “família”. O avô materno de Filipe era bombeiro em Leiria e figura nuclear da família. Era o “Filipe Bombeiro” e, hoje, todos os descendentes homens ostentam Filipe como nome próprio.

Tios, primos, todos eles homenageiam o avô. Até as filhas de Filipe são… Inês Filipe e Joana Filipe. Talvez seja por este motivo que, quando se pergunta a músicos e frequentadores do espaço qual a primeira imagem que lhes vem à cabeça quando se fala do Filipes, a resposta exactamente “família”.

O patriarca Manel e Maria do Carmo, a saudosa matriarca, os filhos Filipe e Gilberto, a quem se juntam já os netos, são o núcleo. A eles junta-se a família de amigos e de laços mais fortes do que o sangue.

Quando decidiu abrir uma cervejaria na zona do Terreiro, o Manel já era bastante conhecido na cidade pela ligação à União de Leiria. Na época, já outros estabelecimentos como o Manel da Quitéria, o Lisbar, o Abrigo e o Ponto Final tinham seguido esse caminho e o empresário resolveu apostar no Filipes todas as suas fichas.

Porém, sob pressão do filho mais velho, na época com apenas 18 anos, acabaria por mudar de rumo e, para isso contribuiu a ideia de Filipe de trazer de casa o gira-discos decrépito e umas colunas velhas, para tocar a sua colecção de LP.

Só passava os lados A e depois trocava o disco. Aquela espécie de música ambiente acompanhava, a famosa sopa da pedra e empadão de Maria do Carmo.

Na conservadora Leiria, muitos amigos criticaram a decisão do proprietário de alterar a filosofia da casa, outros deixaram mesmo de lhe falar por considerarem que, ao abrir as portas à música e aos artistas, estava a abrir um espaço de “drogados” e “de prostituição”.

Não foram tempos fáceis, recordam, mas, agora, é quase uma nota de humor. O público, esse, aderiu em força e começou a vir de outras cidades da região, trazido pelo boca-a-boca.

A pouco e pouco, o Terreiro, foi ganhando vida e, entre o início dos anos 90 do século passado e a primeira década deste, houve ali sete bares, permanentemente com animação.

Era o coração da diversão nocturna de Leiria e, no centro do coração, o Filipes.

O fim da guerra
Quando o Euro 2004 trouxe dois jogos da competição à cidade do Lis, a cidade encheu-se de adeptos estrangeiros.

No domingo onde aconteceu a partida França-Croácia, o Manel e os filhos quase não foram à cama. Após uma animada noite de sábado, sem sequer terem tido tempo de limpar o espaço, foram invadidos pelos franceses e croatas, às 9 horas da manhã.

Foi a loucura e um momento único de convívio entre povos. O Filipes Bar foi até palco para um hipotético fim da guerra israelo-árabe. A comédia satírica em formato de falso documentárioA Guerra dos 90 Minutos, gira em torno da disputa entre Israel e a Palestina resolvida num jogo de futebol entre as duas selecções, no estádio Magalhães Pessoa.

Com o jogo a decorrer, alguns leirienses vão para um bar ver a partida e falar do futuro do mundo.

As personagens foram interpretadas por actores de Leiria e o bar onde foi filmado foi o Filipes.

O espaço foi escolhido à última hora, quando o realizador israelita Eyal Halfon por ali passou para beber um copo. Gostou do ambiente e alterou os planos (na foto ao lado, à esquerda, um dos dias de filmagem).

O filme fez parte da programação especial do Locarno Film Festival.

Além dos estudantes, dos colegas do andebol de Filipe Oliveira, militares da Força Aérea, nacionais e de países da NATO estacionados em Monte Real começaram a frequentar o bar, trazidos pelo filho mais velho, na época também ele militar naquela base. As paredes encheram-se de fotos e de referências aos aviões.

Recentemente, o edifício onde o espaço está instalado foi alienado e isso gerou dúvidas quanto ao futuro.

Para já, o bar vai manter-se no mesmo local, mas o futuro poderá trazer novidades. Ainda nada está definido, asseguram os Filipes.

Os tempos mudaram e a música também, mas o porto seguro continua no Terreiro.

Os estudantes procuraram outros poisos e agora, parte do público são profissionais, funcionários de instituições, que passam para descontrair ao fim do dia e turistas.

Contudo, a tribo – os frequentadores fidelizados -, a família, continuam a procurar o regaço do “pai dos estudantes”.

DEPOIMENTOS
Mário Brilhante, empresário
Quando abri o bar Anubis no Terreiro, Os Filipes já eram uma referência e um bar com história em Leiria. Com o tempo, este negócio familiar soube adaptar- -se às novas realidades que o tempo trouxe, mas sempre sem perder o cunho especial de um bar familiar. Quem é cliente habitual do “bar do Manel sente -se em casa”. Penso que o principal segredo do sucesso de 35 anos de vida do espaço, é, sem dúvida, esta “gente boa” por detrás do negócio. Parabéns aos Filipes.

Rui Ramusga, antigo jornalista
O Filipes e o “doutor Manel” são ex libris para os estudantes que vão estudar para a cidade. Desde o tempo do antigo Magistério que o bar é um ponto de passagem obrigatório. Começou por vender petiscos, quando o senhor Manel e a esposa eram já figuras de Leiria. Acompanhou o movimento dos bares nocturnos e ganhou espaço para a música. Sempre fui frequentador e continuo a apreciar o ar de rock’n’roll que continuam a cultivar.

Manolo, músico
Toquei, pela primeira vez, no Filipes, no dia 27 de Maio de 1989. Ainda tenho o prospecto: “música ao vivo nos Filipes, com Carlos Patrício, Manolo e Tó Afonso”. Devo ser o artista que mais vezes lá tocou. Sou amigo do Manel, do Filipe e do Gilberto e é curioso, pois nasci com a ajuda de uma parteira, no Beco de São Brás, mesmo à frente do Filipes. Ali é família e sempre gostei de lá tocar. Não me lembro de uma noite má lá. Foi graças ao Filipes que a minha banda Hot Frappé, fez a sua única digressão internacional. Conhecemos uns belgas que estavam na Base Aérea, ficámos amigos e fomos à Bélgica e Holanda tocar três anos seguidos. Só não fomos quatro, porque a pandemia o impediu.

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