O grupo de teatro de Leiria O Nariz vai juntar contadores de Portugal, Argentina, Brasil, Cabo Verde e São Tomé no primeiro Encontro Internacional Contadores de Histórias de Leiria, no sábado, dia 23, no Teatro Miguel Franco, em Leiria.
Ali, haverá duas sessões, uma, às 16 horas, voltada para as famílias e crianças e outra, às 21:30, onde o destinatário é o público mais adulto. O evento adquire dimensão internacional pela presença de Adriano Reis (Cabo Verde), Ângelo Torres (São Tomé e Príncipe), Thomas Bakk (Brasil), Rodolfo Castro (Argentina), além dos portugueses José Craveiro, Luís Mourão, Pedro Oliveira, Liliana Gonçalves e Ana Moderno.
O Nariz dinamiza sessões com contadores desde há duas décadas, mas, há dois anos, os encontros passaram a acontecer em duas vertentes; uma destinada ao público escolar, nos concelhos de Leiria, Batalha, Marinha Grande, Pedrógão Grande e outra ao público em geral.
No primeiro ano, 2017, o número de espectadores das sessões foi de 1120 pessoas. No ano seguinte, atingiu as 2047 e, em 2019, o colectivo prevê 2500. "Tivemos de apostar na Lusofonia e na Argentina, no caso do Rodolfo Castro, para que os contadores sejam facilmente entendidos pelo público, expressando- se em português e espanhol", explica Pedro Oliveira.
"Queremos fixar os contos como um dos eventos culturais da região e, se o município de Leiria assim o entender, fará parte do calendário cultural de Leiria, da região e da Capital Europeia da Cultura 2027. Gostaria que acontecesse o mesmo ao Festival de Teatro Acaso."
Nos planos do responsável, está também a aposta na Europa, estendendo o convite a contadores de histórias de outros países de língua de raiz latina, como Espanha, França, Itália e Roménia.
Mais Libelinhas, Patos, uma nova peça de Kellerman e O Principezinho
Há duas semanas a sala d'O Nariz voltou a encher-se para a apresentação da peça As Libelinhas, com texto de Paulo Kellerman e encenação de Pedro Oliveira. "Tivemos a casa cheia… mas também não temos uma casa muito grande", brinca o responsável.
A procura e aceitação do público leva Pedro Oliveira a equacionar uma eventual apresentação, em Abril, de As Libelinhas na sala do Teatro Miguel Franco.
Antes, porém, em Março, a peça apresentar-se-á em Minde. Entretanto, Paulo Kellerman já está a escrever uma nova peça para o elenco de As Libelinhas e mais três actores. António Cova e David Ramy também irão regressar aos seus papéis na peça Os Patos, em Abril.
"Vamos tentar sair de Leiria com este espectáculo que é muito sui generis, pois contém uma linguagem absurda que não é muito acessível ao grande público", afirma Oliveira, revelando [LER_MAIS] que, entre as grandes novidades para 2019, está uma peça, com "um texto duro", para si e para Vânia Jordão.
Será escrita a duas mãos por Luís Mourão e Paulo Kellerman e, se tudo correr conforme o previsto, o encenador calcula estrear a nova peça na edição de 2019 do Festival Acaso.
Para o público mais novo, o encenador está a preparar um projecto escolar, baseado no texto O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry. A peça será um trabalho para dois actores que darão vida a dois bonecos protagonistas do conto imortal do autor francês.
"É destinada a um ambiente mais intimista onde serão utilizadas várias formas de manipulação das figuras", diz, sem desvendar muitos pormenores. Os ensaios começarão em Março com vista à estreia no dia 1 de Abril, dia das mentiras, numa escola do I Ciclo do Ensino Básico, de Leiria. Seguir-se-ão Batalha e Marinha Grande.
"Gostaria de levar O Principezinho a outros pontos do País e não só. Após uma primeira fase para afinar o espectáculo, está nos meus planos fazer a gravação em várias línguas, para o podermos apresentar noutros países."
Nuno Álvares, Maria João Luís, Rita Ribeiro e Pedro Lamares
A 11 de Agosto, o grupo de Leiria tem agendada a estreia de uma nova peça baseada em três momentos da vida de D. Nuno Álvares Pereira: guerreiro, senhor feudal e religioso. O texto é de Luís Mourão e destina-se a ser apresentado noutros municípios, recorrendo, em parceria, a actores de outras localidades.
A estreia será em Ourém, com a participação de actores locais, seguindo-se a Batalha, nos dias 16 e 17. No mosteiro desta vila, O Nariz está a conseguir afirmar o seu modelo de visitas guiadas por figuras históricas que fazem parte da narrativa do espaço. "Estamos a atingir os mesmos valores do ano passado e vamos ter ainda marcações em Março e Abril."
Embora a programação do Festival Acaso não esteja fechada, Pedro Oliveira anuncia já a presença dos novos espectáculos de Maria João Luís, de Pedro Lamares e de Rita Ribeiro.
"Gostaria de internacionalizar o festival, mas os encargos com a vinda de actores de outros países é sempre elevado. A ideia não está fora dos nossos projectos, mas teremos de apostar em companhias de mais perto. Há coisas fabulosas em Itália, mas são um custo elevado para os meios que temos."
Pedro Oliveira e O Nariz também estarão presentes nos festivais A Porta, em Leiria, e na Sinopse, organizada pelo Te-ato – Grupo de Teatro de Leiria e passarão ainda pelo Art'Imagem, no Porto e pelo Festival de Almada.