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Home Sociedade

O problema não é falar brasileiro, mas o tempo de exposição ao ecrã

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Fevereiro 6, 2025
em Sociedade
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O problema não é falar brasileiro, mas o tempo de exposição ao ecrã
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Geladeira, suco, picolé ou banheiro são algumas expressões que as crianças que falam o português europeu estão a utilizar em casa. O tempo que passam em frente ao telemóvel a ver desenhos animados e vídeos no TikTok ou no Youtube em português do Brasil influencia a sua forma de se expressar, sobretudo na faixa etária dos 2 aos 4 anos. Pais, educadores e professores procuram corrigir as crianças, explicando-lhes que essa não é a linguagem nativa em Portugal.

O tema tem causado discussões nas redes sociais e em grupos de pais, onde muitos se mostram preocupados com o facto de as crianças começarem a aprender o português europeu da forma que eles consideram ‘incorrecta’.

No entanto, quem está no terreno assegura que à medida que as crianças crescem e vão fazendo a aquisição da linguagem, aprendem a língua predominante na sua comunidade. Quando entram no 1.º ciclo, a oralidade pode ter expressões do que vêem e ouvem, mas a escrita é em português europeu.

A ideia é desdramatizar. As novelas de terras de Vera Cruz e a banda desenhada do Tio Patinhas sempre estiveram em Portugal sem qualquer tipo de celeuma e até os adultos utilizam expressões brasileiras.

Etelvina Lima, terapeuta da fala doutorada em Estudos de Criança, admite que a aprendizagem de mais do que um idioma pode ser positivo, seja ele o português do Brasil ou o inglês. “O multilinguismo não representa qualquer coisa negativa. Muito pelo contrário, é positivo neurolinguisticamente falando. É uma vantagem termos crianças multilingues.”

A também professora da Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria reconhece que “se uma criança está exposta a diferentes modelos linguísticos no momento de aquisição da língua vai-lhe ser, durante um período, mais difícil fazer a organização de cada estrutura”. Adoptar as regras de determinada língua pode tornar-se mais difícil para a criança aprender.

“Não considero, contudo, que isto tenha impacto neurolinguístico”, sublinha.

Telma Jordão, professora do 1.º ciclo, concorda. “Até é óptimo falarem outra língua, mas é preciso que os adultos estejam atentos e os ajudem a organizar-se, mas deixando- os descobrir por si”, realça, ao reforçar que a multiculturalidade que também existe nas salas de aula é benéfica. “É uma oportunidade de ambos aprendermos uma língua diferente e enriquecer-nos ainda mais.”

Corrigir vocabulário

Na sua experiência diária constata que é comum os mais pequenos falarem o português do Brasil dada a exposição frequente a vídeos no Youtube e TikTok, no entanto, não quer dizer que a situação se mantenha na escrita. “Se tiverem em casa pais que corrijam, bons falantes do nosso português e que incentivem a leitura não há problema”, afirma.

A docente recorda o período em que as novelas brasileiras entraram nos ecrãs portugueses. “Claro que a exposição era menor, porque só tínhamos a televisão, mas não ficámos a falar brasileiro”, aponta.

Etelvina Lima acrescenta que entre o português do Brasil e o português europeu existem “muitas diferenças, de vocabulário e de organização morfossintática, inclusivamente da pragmática”, até porque há “ritmos de fala e entoações diferentes”, mas o que a preocupa é o tempo de exposição aos dispositivos.

“Este tempo de tela é aquilo que as crianças não têm com as suas famílias e isto é o elemento mais preocupante, pela diminuição das interacções nas dinâmicas familiares, com implicações neurodesenvolvimentais”, afirma.

Também para Telma Jordão, o tempo que as crianças passam aos dispositivos móveis fazem diferença e até influenciam as aprendizagens e os comportamentos na escola. “Estão habituados ao fácil consumo, ao imediato e a escola exige esforço e trabalho. Quando pensam que não são capazes, não investem. Em termos sociais também não estão tão disponíveis e nem sabem bem como brincar no recreio”, lamenta.

A educadora de infância Ana Caseiro confirma as expressões do português do Brasil de crianças entre os 2 e os 4 anos. “Estão muito expostas e a aquisição da linguagem faz-se em brasileiro. Vamos corrigindo o vocabulário. No início os pais até acham alguma piada, mas depois começam a ficar incomodados”, confessa.

Ana Caseiro defende também uma menor exposição ao tempo de ecrã, apesar de considerar que as expressões apreendidas nas redes sociais não interferem muito com a aquisição da linguagem, porque “depois começam a ter percepção de como se fala em Portugal”.

Neuropediatria
Médicos aconselham
Um documento da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria alerta para os riscos da exposição às tecnologias em idade pediátrica, situação que é “particularmente nociva” quando os conteúdos são seleccionados de forma autónoma. “Os primeiros anos de vida são aqueles em que ocorre no bebé a maturação do sistema nervoso. Para que este neurodesenvolvimento se verifique, é fundamental a interacção com o meio.” Os neuropediatras recomendam a “evicção de ecrãs até aos 3 anos”, com um limite diário de 30 minutos para a televisão, desde que na presença de um adulto. Entre os 4 aos 6 anos, limitar o uso de ecrãs a 30 minutos por dia.
Etiquetas: brasileirocriançaseducaçãoescolalinguagemportuguêsportuguês do brasilportuguês europeusociedadeterapia da falatik tokyoutube
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