Depois de três períodos de residência artística na Casa Varela, em Julho, Outubro e Novembro, a peça O Tamanho das Coisas é estreada hoje em Pombal.
O monólogo tem como protagonista o actor, orador motivacional e autor Paulo Azevedo, residente no concelho, que, apesar de ter nascido sem mãos e sem pernas, participa regularmente em produções de teatro, cinema e televisão e se tornou a figura inspiradora das reportagens O Melhor Jogador do Mundo (Sport TV) e Uma Vida Normal (SIC), ambas premiadas.
As duas apresentações no Teatro-Cine de Pombal – 24 e 25 de Novembro, com início às 21:30 horas – abrem uma digressão que, segundo Marco Paiva, director artístico da plataforma Terra Amarela, conta já com 15 datas confirmadas até ao próximo ano, incluindo São Tomé e Príncipe e Uruguai, além de Portugal.
“A determinado momento numa geografia desconhecida e sem qualquer razão aparente, um homem interrompe o seu caminho parando em pleno oceano” lê-se na sinopse do texto escrito por Alex Cassal. “Da comparação entre o seu corpo e a escala avassaladora do que o rodeia levanta a questão: será que devo continuar? Até onde vai a utopia de que os heróis resistem infinitamente ao próprio cansaço? Vamos então analisar em conjunto: poderão todas as coisas medir a sua importância pela sua escala de tamanho? Será que nos vemos como gigantes?”.
O personagem “começa a questionar toda a sua vida, os dilemas da sua existência”, comenta Marco Paiva, “tentando decidir se fica por ali e morre ou se tenta encontrar uma solução”. É, conclui o encenador, “o dilema que todos enfrentamos” e “a metáfora para nos fazer reflectir sobre os desafios que devemos agarrar”.
Com apoio da Direcção-Geral das Artes, O Tamanho das Coisas é uma co-produção da Culturproject com o Município de Pombal, o Teatro Diogo Bernardes de Ponte de Lima, o centro de experimentação artística Casa Varela em Pombal e a Terra Amarela, plataforma de criação inclusiva.
O espectáculo disponibiliza legendas, língua gestual portuguesa e audiodescrição.
Anteriormente, Paulo Azevedo trabalhou com a Terra Amarela no elenco de Calígula morreu. Eu não, também com encenação de Marco Paiva.