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Home Sociedade

“Ó tia, dá bolinho?”: pequenos e graúdos cumprem tradição com doces, bolos e convívio

Patrícia Carreira Gonçalves por Patrícia Carreira Gonçalves
Novembro 1, 2022
em Sociedade
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“Ó tia, dá bolinho?”: pequenos e graúdos cumprem tradição com doces, bolos e convívio
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“Ó tia, dá bolinho?”, gritam, a Maria e a Benedita, no meio de mais de uma dezena de amigos. Uma com um colete cor de rosa que combina com a sacola às pintinhas, outra com os olhos escuros e umas antenas de pequenas abóboras. As tradições misturam-se na forma de vestir, mas ambas sabem o que andam a fazer na manhã deste primeiro dia de Novembro.

“Estamos a pedir o bolinho”, contam, envergonhadas, antes de responderem de sorriso rasgado que gostam disto porque “é muito divertido”, “estão com os amigos” e ganham “muito doces”.

Seguram as sacolas e seguem pelas ruas da urbanização de Santa Clara, nos Parceiros, no concelho de Leiria, onde pequenos e graúdos juntam-se para dar continuidade à tradição – também conhecida como Pão por Deus – que trouxeram das aldeias.

“Costumava andar ao bolinho na minha terra porque lá é tradição e as pessoas estão à espera que os meninos andem na rua”, explica Elsa Mendes, de 40 anos, natural do concelho de Ansião.

À entrada de um dos prédios, enquanto espera que os pequenotes subam as escadas para visitar os vizinhos que abrem a porta, recorda o ano em que chegou, comprou muitos doces e ninguém apareceu. “Fiquei com os doces todos, fiz saquinhos, distribuí pelos vizinhos do prédio e lancei a dinâmica para se começar a fazer a partir do ano seguinte”, recorda.

Passaram cinco anos, a tradição ganhou força e até já tem o hábito de preparar uma mesa com bolos para os pais. O desafio também é lançado no grupo dos vizinhos das redes sociais e há até quem crie uma imagem para que se possa imprimir e colocar nas portas que estão prontas a dar ofertas.

“As crianças gostam essencialmente por causa dos doces, para mim é um avivar as memórias”, conclui Elsa.

No passeio, o senhor Jerónimo Barona observa a agitação do grupo. Vem de Reguengos de Monsaraz para acompanhar os dois netos, a filha e o genro. Por lá, noutros tempos, conta que era bastante diferente. “Íamos de porta em porta e as pessoas ofereciam uma romã ou uma noz, não havia estes doces”, explica. Mas, e apesar “destas modernices”, garante que “isto é bom porque é um convívio entre todos”.

E talvez seja o convívio, a agitação das ruas e o sentimento de perpetuar a tradição que faça com que o mesmo se repita por várias ruas do concelho. 

Nas Cortes, a menos de uma dezena de quilómetros dali, as pessoas orgulham-se de pertencer a uma aldeia onde a tradição está bastante presente.

“Quase toda a gente dá bolinho e vem toda a gente para cá, vêm muitas crianças, muitos jovens e também muitos que não são de cá, que vêm de outras aldeias ou da cidade, que são amigos, amigos dos amigos ou da escola”, nota Maria da Luz Cordeiro.

Aos 81 anos, abre religiosamente a porta neste dia. Aparece sempre de sorriso no rosto, com uma palavra amiga e um grande cesto de verga na mão recheado de saquinhos com rebuçados e chocolates.

No meio das gulosices costumava haver uma noz. “Este ano não me apeteceu meter, mas metia sempre para lembrar como era antigamente, quando se davam nozes, castanhas, figos assados ou tremoços”, explica, enquanto entrega o último saco das duas centenas de ofertas que preparou para esta manhã.

Nesta aldeia, à tradição de dar aos mais pequenos, já se acrescentou um novo costume: ter bolinho para os mais velhos.

Uns metros à frente, depois da igreja, a Zita e o Abel capricham nas ofertas. Depois de muitas décadas de trabalho no conhecido restaurante ‘O Pião’, passaram a aproveitar o descanso para marcar este dia de forma especial. 

A mesa com pastéis de nata, bolo, café e abafado dá as boas-vindas a dois dedos de conversa, reencontros e convívios entre gerações. E, depois, ainda há doces para os pequenotes e um bolinho feito pela Zita e uma garrafinha de abafado feito pelo Abel para as mães.

“Isto é uma tradição linda, quando eramos garotos já gostávamos de andar ao bolinho, por isso faço questão de manter”, sublinha a dona da casa.

Os pais, agradecem. “São bolinhos e abafadinhos que dão ânimo porque isto cansa um bocadinho e também precisamos de combustível”, confirma, à porta de outra casa, Elsa Moreira, de 47 anos, natural da África do Sul que passou a cumprir a tradição com os filhos na terra do marido.

Para os miúdos, o combustível são os doces que vão roubando dos sacos que carregam.

Agarrado às pintarolas, o Leonardo de quatro anos senta-se nas escadas de uma das casas para recuperar alguma força.

Com as mãos e a boca ocupadas, abana a cabeça para confirmar que já está cansado, até porque a manhã já vai longa, mas mostra-se orgulhoso de ter gritado muito “ó tia, dá bolinho?”, tal como os pais ensinaram. Carregado com chocolates, moedas e bolos, diz que gosta desta tradição e confirma que para o ano vai voltar às ruas.

A tarde, já todos sabem, é para fazer um balanço das recolhas da manhã, contar o dinheiro angariado e continuar na difícil tarefa de comer doces. 

Etiquetas: abafadobolinhoboloscomo era antigamente o dia do bolinhoconvívioCortesdia do bolinhodocesjornal de leiriaLeiriapão por deusparceirospiãoSanta Claratradiçãotradição do dia do bolinho
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