Depois de fechar as contas de 2018 com um saldo de gerência de 49 milhões de euros, a Câmara de Leiria aprovou, na terça-feira, a lista de obras e de projectos para os quais pretende canalizar essa verba. A concretizar- se, a sua execução representará um investimento superior a 100 milhões de euros, que contará com apoios comunitários.
São, na maioria, obras que já estavam prometidas ou identificadas como necessárias, como a requalificação da Avenida Heróis de Angola, a construção do Centro de Actividades Municipal (pavilhão multiusos), o Centro de Artes Villa Portela e o MIEL – Museu Indústria e Empreendedorismo de Leiria, a instalar na antiga EDP.
Este conjunto de obras representará um investimento superior a 30 milhões de euros. Só para a intervenção na Heróis de Angola estão previstos 13,6 milhões, mais do que custará – se se mantiver a estimativa inicial – o pavilhão multiusos (12,8 milhões).
Entre as poucas novidades está a criação de um parque de eventos na Praia do Pedrógão, com um custo estimado em 420 mil euros, a construção de quatro novos centros de saúde (Arrabal, Amor, Parceiros/Azoia e Souto da Carpalhosa/Ortigosa) e a construção de um novo mercado grossista.
Este último não é uma ideia nova, mas sim a sua possível localização, com o presidente da Câmara a revelar que está a ser estudada a sua instalação na Zicofa (Zona Industrial da Cova das Faias).
Há ainda verbas inscritas para a requalificação da Avenida das Comunidades Europeias (Circular Interna de Leiria), da Rua D. José Alves Correia da Silva (Cruz da Areia) e da Rua Dr. João Soares (junto à Câmara), que totalizarão mais de 5,2 milhões de euros.
[LER_MAIS] Também a recuperação do percurso Polis está contemplado, com quase dois milhões, assim como a reabilitação dos Paços do Concelho, onde a Câmara prevê gastar mais de 3,1 milhões. A revisão orçamental foi aprovada, com as abstenções dos vereadores do PSD, que criticaram o facto de parte do saldo gerência – 7,4 milhões de euros – ser canalizada para despesas correntes.
“Era suposto que todo o saldo de gerência fosse aplicado em despesa de capital”, alegam os sociais- democratas, que lamentaram ainda a “pouca verba” atribuída aos parques industriais ”, que os parques de estacionamento periféricos “continuem adiados” e que as obras de recuperação viária e saneamento esteja m“muito aquém do necessário”.
“Dívida [para fazer as obras previstas] não vai haver”, assegurou, por seu lado, o presidente da Câmara, que admitiu que muitas das intervenções previstas não terão obra “física” ainda este ano. “A prioridade é pôr os concursos na rua, mas não conseguimos fazer futurologia. Não sabemos o tempo que demorarão os concursos nem se haverá reclamações”, frisou Raul Castro.