Os alunos da Escola Secundária de Porto de Mós poderão, no próximo ano lectivo, ficar sem aulas de apoio por falta de espaço devido às obras em curso no estabelecimento de ensino. A situação está a preocupar pais e docentes, que reclamam a instalação de mais contentores, mas, segundo o presidente da câmara, Jorge Vala, a Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) “não autoriza” esse reforço.
Pedro Gil Vala, director do Agrupamento de Escolas de Porto de Mós, reconhece que a suspensão das medidas de promoção do sucesso escolar, nomeadamente, das aulas de apoio, “tem muito impacto”, mas frisa que, face à nova fase de obra, não há condições para fazer o desdobramento de turmas, já que tal exige mais salas.
“Será uma suspensão temporária, de um ano. Tempos extraordinários, podem exigir soluções extraordinárias. Será por uma boa causa. No final, ficaremos com uma escola moderna e com excelentes condições”, alega o responsável, sublinhando, no entanto, que há várias opções em cima da mesa para “arranjar espaço” para as aulas do próximo ano lectivo.
Segundo Pedro Vala, o receio inicial de que os seis contentores instalados seriam “escassos” foi agora confirmado com o avanço da obra para a zona dos pavilhões. “Ficámos com um défice de salas, que precisamos de colmatar”, assume o director, adiantando que, além da suspensão das aulas de apoio, está a ser equacionada a deslocação de algumas turmas para a Escola EB 2,3 Dr. Manuel Oliveira Perpétua, na Corredoura, ou até para Mira de Aire, e a adaptação de espaços na escola para a componente lectiva.
O responsável espera, no entanto, que “o município possa reforçar a oferta de contentores, com mais dois”, que considera “a solução mais viável”. Contudo, em resposta a um pedido de esclarecimentos de Liliana Pereira, deputada do PS que, na qualidade de encarregada de educação, abordou o assunto na última sessão da Assembleia Municipal, o presidente da câmara alegou que essa “é uma questão que ultrapassa o município” e que deve ser o agrupamento a “pedir autorização à DGEstE para colocar mais contentores”.
“Informalmente, foi-me comunicado que não autoriza”, avançou Jorge Vala, dizendo que “não é verdade” que “por 600 euros por mês e por contentor” a câmara não queira colocar esses equipamentos. O autarca garantiu que, no caso de haver necessidade de transferir alunos para outras escolas, o município assegurará “a logística”, nomeadamente, transportes e refeições.