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Olhar de alto a baixo

João Lázaro, psicólogo clínico e director do TE-ATO por João Lázaro, psicólogo clínico e director do TE-ATO
Outubro 4, 2018
em Opinião
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Há semanas que não lembram a ninguém, de tal modo são tão diferentes entre si a notícia das ocorrências que nos chegam. Ainda não tivemos tempo de processar uma informação e de imediato outra nos chega ainda mais espantosa.

Por exemplo, está um sujeito embevecido com o talento de um jovem empoleirado numa grua a decorar uma empena, e logo alguém nos aborda com a informação que um tribunal sentenciou de mansinho dois energúmenos que violaram uma cachopa. É confuso!

Olha-se para o alto, e com esse olhar sentimo-nos elevados e melhores como seres humanos, por via do gesto artístico de um jovem, para no momento seguinte nos dizerem que outros jovens são abusadores e se passeiam livremente, o que nos leva para olhar para baixo, para o mais baixo da condição humana.

Por força de um percurso que palmilho diariamente, tenho agora e em todos os dias a oportunidade de contemplar, na Rua de Tomar, uma belíssima tela gigante que preenche o que ere uma empena feiíssima de um ainda mais feio prédio. Leiria, através da iniciativa de arte urbana Paredes com História, vai ficando cada vez mais bonita. Convida a andar a pé para que o olhar se encha do fascínio das formas e das cores.

Convenhamos que no passado se construíram edifícios medonhos na nossa cidade. Agora eles ainda lá estão, mas o que era feio transfigura-se em bonito. Dá gosto olhar, usufruir, desta nova arte que um punhado de jovens nos oferece fazendo da rua uma galeria a céu aberto.

Contudo, por cada dia e cada vez que ali passo, não consigo deixar de associar a memória do momento em que apreciava a perícia com que o artista criava e nos ofereceria a sua criação, com o mesmo momento em que alguém comenta comigo o seu espanto e revolta por um tribunal ter deixado em liberdade dois jovens violadores de uma  [LER_MAIS] jovem que se encontrava inconsciente.

Fui lendo, aqui e ali, alguns artigos de opinião sobre o assunto escritos por gente esclarecida e que conhece os contornos da lei. Ao que parece tudo está em conformidade com a legislação em vigor. Os senhores juízes, a quem coube avaliar a situação, são gente sensata e cumpriram a sua função com esmero. Quem somos nós para duvidar? Mas que diabo!

Incomoda, aflige, faz-nos sentir sujos e vis saber que o cumprimento da letra da lei é contrário à garantia de proteção que a lei nos deveria conferir. Que lei nos protege de tal lei? Que juízo é este que presume que um suposto jogo de sedução é aceitação implícita de que tudo é possível? Como é que hoje olhamos e pensamos as mulheres?

Na minha prática clínica, amiúde, escuto queixas de mulheres que se sentem reféns de uma moral atávica, vitoriana, que lhes aponta o dedo e as proscreve socialmente. Frequentemente escuto queixas de mulheres cujos ex-companheiros saíram da relação para iniciarem outra relação, mas que arvoram o direito de não lhes permitirem iniciar uma nova conjugalidade porque não aceitam que o novo parceiro da mulher que abandonaram coabite com os filhos comuns.

Quantas vezes ouvi já a queixa de mulheres abandonadas e a quem as famílias recusam que iniciem uma nova relação porque as consideram vulgares e imorais. Melhor seria que tivessem ficado viúvas de facto, aí ser-lhes-ia lícito recasar. Mas a viuvez mental é que não lhes é considerada.

*Psicólogo clínico
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990

Etiquetas: João Lázaroopinião
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