A PSP desenvolveu a operação Sem Chumbo, promovendo fiscalizações em locais de prática desportiva com armas de fogo de onde resulta a produção de resíduos nos distritos de Aveiro, Leiria, Lisboa, Porto, Santarém e Setúbal, através dos Núcleos de Armas e Explosivos (NAE) e das Brigadas de Protecção Ambiental (BriPA) das respectivas unidades territoriais, entre 13 e 19 de Maio.
O JORNAL DE LEIRIA acompanhou três agentes do Comando da PSP de Leiria na inspecção à carreira de tiro, do Clube Desportivo Campos do Lis, em Gândara dos Olivais, freguesia de Marrazes.
O objectivo da operação era verificar o “cumprimento legal das várias normas que regulam o funcionamento dos campos de tiro”, bem como detectar se estava a ser posta em prática a “legislação ambiental, nomeadamente a verificação de sistemas de isolamento ou protecção dos solos e dos recursos hídricos”, protegendo-os da contaminação com metais provenientes dos disparos, que inclui a recolha dos projécteis resultantes dos disparos das armas utilizadas e a limpeza dos solos em toda a área de segurança.
Manuel Jorge, presidente do clube, abriu as portas sem medo aos agentes. “Estou disponível para tudo o que precisarem. Ajudem-nos a melhorar o que for necessário.” Foi com estas palavras que o responsável encaminhou os agentes para uma sala, onde foram consultados vários documentos relacionados com a actividade.
Com a mesma postura, sobretudo, no sentido de informar e sensibilizar “numa actuação pro-activa”, a PSP foi dando conhecimento das normas e obrigações adequadas ao funcionamento de uma carreira de tiro. Nas mãos dos agentes estava também uma denúncia anónima sobre uma possível contaminação de solos, por alegadamente terem sido enterrados materiais com chumbo.
PSP deixou ‘dicas’
“Para nós a segurança é fundamental. Em termos ambientais, temos todos os cuidados. Esteve aqui uma retro-escavadora da junta [LER_MAIS] de freguesia e limpar os terrenos e não a enterrar nada”, justificou.
O agente da BriPA inspeccionou todo o local para comprovar a versão de Manuel Jorge, confirmando ainda que os pratos usados no desporto são biodegradáveis e as munições estão acondicionadas. “O que faz ao papel após a limpeza das armas?”, questionou o agente.
“Vai para o lixo. Temos mesmo ao lado da mesa dois caixotes”, respondeu o dirigente. Mas, esse não é o método adequado. Ao limpar a arma o papel fica com resíduos de chumbo, pelo que tem de ser colocado no lixo destinado às munições, esclareceu a PSP. O desconhecimento foi reconhecido por Manuel Jorge, que ficou a saber que estava em incumprimento com a Agência Portuguesa do Ambiente, pois a inscrição tem de ser renovada anualmente até dia 31 de Março.
Segundo o comandante distrital da PSP de Leiria, estas acções são importantes, “tendo em conta as suas competências nesta matéria, nomeadamente no controlo dos utilizadores dos campos de tiro, das armas e suas munições, licenciamento e no cumprimento das regras impostas aos campos de tiro”.
Mas também no sentido de “assegurar o cumprimento das disposições legais e regulamentares referentes à protecção do ambiente, bem como prevenir e investigar os respectivos ilícitos”.
O balanço não podia ser mais positivo: “a operação decorreu dentro da normalidade, tendo-se verificado apenas, a falta de comunicação de registo anual relativo aos resíduos de produtos até 31 de Março.”