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Home Entrevista

Orlando Pereira: “Isto não é uma luta dos professores, é uma luta pela educação ”

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Janeiro 12, 2023
em Entrevista
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Orlando Pereira: “Isto não é uma luta dos professores, é uma luta pela educação ”
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O S.TO.P está a ganhar força. O que difere este sindicato da Fenprof?
O S.TO.P começou a ganhar força quando foi a greve das avaliações, em 2018. Chegou um momento em que o Mário Nogueira [Fenprof] disse: ‘no mês de Agosto vamos de férias e acabou-se a greve’. E o S.TO.P foi o único sindicato que se manteve com as pessoas até ao fim. Distingue-se porque ausculta a classe docente. Foi realizado um inquérito e quatro mil docentes disseram que queriam ir para a greve. E o S.TO.P está sempre junto das pessoas. Esta greve não é só para os contratados é também para quem está no quadro de escola. Não há um discurso mais próximo da antiga geringonça ou da esquerda normal. Só vamos parar à greve quando todos forem auscultados. Ou seja, tem de se votar que a greve acabou. O Mário Nogueira foi uma figura estonteante nos anos 90. Neste momento, está um bocadinho ultrapassado.

Quais as vossas reivindicações?
Não queremos nada que não seja nosso. Deram-nos dois de nove anos congelados, quando aos outros funcionários públicos deram todos. Por uma questão de equidade, se eles têm, nós também temos.

É a verdadeira voz dos professores?
Não é a voz de todos, é evidente, mas é onde as pessoas agora se estão a rever mais, porque é um sindicato que diz o que nós pensamos de viva voz, carrega na ferida. A greve tem que ser uma coisa feita de forma inteligente, ponderada, sem insulto. Não quer dizer que não aconteça. Mas, como diz o Santana Castilho, as greves fofinhas têm de acabar, os rótulos das greves à sexta e à segunda-feira têm de acabar. A manifestação do dia 17 de Dezembro (sábado) mostra que trabalhámos durante a semana e ao fim-de-semana fomos manifestar- nos. Este é um movimento espontâneo, genuíno e apartidário. E estamos a trabalhar para todos os que trabalham na escola, não só os professores. Hoje [quinta-feira] estive numa reunião sindical com os funcionários e técnicos. São pessoas de muita coragem e têm engolido muitos sapos. E se nós não estamos bem, eles não estão melhores. É uma vergonha uma pessoa que entra às 8 e sai às 17 ou 18 horas, que trabalha e ganha o seu ordenado, não conseguir pôr tudo aquilo que precisa em cima da mesa, porque ganha uns míseros 600 e poucos euros. Por isso, algumas destas pessoas preferem ir trabalhar para um supermercado, onde ganham mais. E depois, quando quisermos uma escola pública de qualidade, segura, o que vamos fazer? Isto não é uma luta dos professores, é uma luta pela educação e estamos todos no mesmo barco. Não é por abanarem com qualquer coisa aos professores que vamos deixar os não docentes. Temos de estar todos bem, pelo menos melhor do que estamos agora.

“Como diz o Santana Castilho, as greves fofinhas têm de acabar, os rótulos das greves há sexta e à segunda-feira têm de acabar”

O que é que vos leva a uma greve por tempo indeterminado?
Em primeiro lugar, percebemos que as greves pontuais, num só dia, não têm funcionado. Funciona para o Estado, porque poupa imenso dinheiro. Ao fim de quase 20 anos, sim, porque a perseguição constante aos funcionários públicos e a quem trabalha na escola, começou há 20 anos, se ninguém o faz, nós devemos defender a escola. Esta greve é em defesa da nossa dignidade, porque andam a brincar e a roubar-nos, mas também em defesa da escola e dos nossos alunos. Em Colmeias, chove dentro da escola. Queremos ter uma unidade para os autistas e temos de trabalhar noutra escola em frente, porque não há condições. Basta. Temos de defender a nossa escola e os nossos alunos, porque são o futuro de Portugal. Também temos de acabar com o recrutamento através de perfis de mapas. Disseram que volta tudo atrás, mas é uma questão de semântica: usaram um novo verbo que é a distribuição. O que vai acontecer é que temos uma comissão intermunicipal, os professores vão concorrer pelo mérito e depois são colocados num município [da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria]. Se ouvimos falar da corrupção, no seu estado puro… não estou a dizer que os directores vão levar um presunto ou uma bifana, mas o factor cunha poderá ter influência. Espero que não, porque os directores têm competências, mas nem sequer são eleitos a nível democrático. Hoje são eleitos pelo Conselho Geral e sabemos que há, às vezes, influências a nível de partidos. Temos muito medo que isto aconteça, sobretudo, num Portugal que ainda não está habituado a funcionar de forma concreta. Por exemplo, se for a um hospital, ligo a um colega meu que tem um colega que é médico e que trabalha lá. Se precisar de uma coisa na câmara, vou ligar a um colega que conhece alguém. Isto acontece todos os dias. Então na educação não irá acontecer a mesma coisa? Estamos a falar de professores que vão estar à frente dos nossos filhos.

O fim das quotas de acesso aos 5.º e 7.º escalões de uma carreira de dez escalões é uma das reivindicações dos professores. Por que razão a progressão não avança?
É uma maneira economicista de travar a progressão dos professores. A nossa escola pode dar cinco muito bons. Somos 70. Quer dizer que eu posso fazer um bom trabalho e dizem: tiveste 9,1, excelente, mas por causa das quotas, vais ficar com 7,9. Imagine que chego ao secundário e digo: ‘meninos querem ir para Medicina? Só posso dar um 20 e cinco 18. Mas atenção, porque se não tiverem tempo suficiente, ficam bloqueados e não podem entrar na faculdade. Quanto tempo? O tempo de haver uma vaga’. Foi o que me aconteceu. Fui avaliado em muito bom. Desceram-me a nota para bom, fiquei na lista e mudei de escalão quando tive uma vaga. “Acha bem que o seu filho só passe para o 6.º ano, quando houver uma vaga?” Que se esforce e dou-lhe 3, porque já não há mais 4 e 5? Mas o mote da greve é mesmo defender a escola. Estamos aqui para defender a escola pública e a qualidade de ensino. É fundamental quando precisamos de um recurso tê-lo. Se não tiver tinteiro, não imprimo nada.

As greves são uma forma de reivindicação, mas os alunos acabam prejudicados. De que maneira os professores podem fazer valer os seus direitos sem criar grandes problemas aos alunos?
Os professores já mostraram do que são capazes, nomeadamente quando foi a Covid. Tivemos professores a ir à escola, depois das aulas via ‘teams’, porque aquele aluno não conseguia acompanhar. Obviamente que tudo vai ser recuperado e esse esforço vai ser feito. Mas sim, sabemos que para os alunos não está a ser fácil, mas não vamos prejudicar ninguém. E é isso que faz com que muitos pais estejam do nosso lado. Tenho a certeza que os pais confiam nos professores e nós também confiamos que alguém lá em cima nos vai ouvir. Não queremos que o PS caia, só queremos que as coisas mudem. E para mudarem é preciso diálogo. Precisamos que os professores sejam dignificados, porque são necessários jovens docentes. O sangue novo faz muita falta e vamos ter muita falta de bons professores. Aqueles que estão junto dos alunos, que os ouvem e sabem do que é que eles precisam.

“Temos de deixar os professores ensinar a aprender. Porque um bom aluno é aquele que o professor ensinou a ler para ele um dia ler e aprender”

Os professores têm de se limitar a ensinar?
Temos de deixar os professores ensinar a aprender. Porque um bom aluno é aquele que o professor ensinou a ler para ele um dia ler e aprender. Agora, se não ensinarmos a ler bem, nunca vai aprender. E temos de lutar contra a iliteracia. Há bons projectos, com turmas mais pequenas, mas se eu pedir para ficar com quatro ou cinco alunos não deixam, porque não acreditam que sejamos autónomos. Também não há professores suficientes, mesmo nos apoios.

A vida de professor é percorrer quilómetros até efectivar, muitos anos depois. O que precisa de mudar para que essa situação se resolva?
Tem de haver vontade política. Há apoios para determinadas classes irem para o interior. Depois temos outro fenómeno muito peculiar, que é o facto das pessoas se recusarem a ir trabalhar para determinados sítios, como cidades onde o preço das rendas é extremamente elevado. Um professor que esteja no terceiro, quarto ou quinto escalão, não tem dinheiro para arrendar um T2 em Lisboa.

Mas não deveriam efectivar mais cedo?
A União Europeia alertou Portugal para os contratos sucessivos que não podem ser feitos. Hoje, após três contratos sucessivos tem de se efectivar, mas na classe docente não é assim. São três contratos seguidos e tempo completo, o ano inteiro. Tem de ser até 31 de Agosto. Se interromper o contrato a 27 de Julho, já não conta. Aconteceu-me. Em vez de ficar com 365 dias, fiquei com 361. O contrato foi interrompido e começa tudo novamente. Entretanto, a União Europeia apertou com Portugal e agora há a norma travão: o professor com três contratos sucessivos completos até ao final do ano, efectiva. E a mesma coisa acontece com os não docentes. Estão a recibo verde, chega a 27 e 28 de Julho e dizem-lhes adeus.

E depois, eventualmente, vão contratar a mesma pessoa?
Não é se eventualmente, é mesmo. As câmaras municipais estão a viciar o sistema. Estão a fazer com que essas pessoas não tenham um vínculo na organização onde trabalharam anos a fio. Precisamos de muitos mais funcionários. Andamos a brincar com as pessoas, que estão ali a lutar todos os dias. Uma funcionária não está ali pelo ordenado. São elas que ficam à espera que os pais cheguem. Não fecham a escola e deixam as crianças na rua. As funcionárias estão muito ofendidas e magoadas. Esta greve dos não docentes e docentes vai doer mais, a partir da semana que vem, porque começaram a tomar consciência que a luta em conjunto vai fazer mais mossa.

“As câmaras municipais estão a viciar o sistema. Estão a fazer com que essas pessoas não tenham um vínculo na organização onde trabalharam anos a fio”

Os professores estão contra a contratação de professores por parte das autarquias. O ministério garante que essa competência não foi passada.
O ministro pode dizer o que quiser. A verdade é que há documentos que provam o contrário e são públicos. A semântica é uma coisa muito gira, porque posso dizer que não são as câmaras que vão colocar, mas vão distribuir. A verdade é que no dia 14 de Dezembro saiu um despacho onde está realmente a passar a distribuição dos recursos humanos para as comunidades intermunicipais. O que é que isso quer dizer neste momento? Não sei, mas amanhã pode querer dizer tudo. Então o que são os professores? Recursos humanos.

Que mudanças se exigem para haver uma escola pública de qualidade?
A escola tem de voltar para o seu local central, que é ensinar. Ensinar através da experiência, das aulas, do centrismo, que é a aula, que é o aluno, que é o professor e que é a relação que existe entre eles. Há burocracias que são demais e, muitas vezes, em determinadas escolas falta tudo. As escolas também têm funcionárias para acompanhar meninos com outro tipo de necessidades. A inclusão é muito importante, mas a inclusão é todos terem os mesmos direitos. Se eles têm direito a ter uma pessoa que os acompanha, os outros também. E se eu preciso de alguma coisa na minha sala de aula devo tê-la. Os nossos computadores não arrancam, os projectores não funcionam e a nossa internet ainda hoje não funcionou. É importante o ministério pensar no que pretende. Alunos bem formados? Então vamos dar-lhes condições. Se queremos qualidade de ensino, temos de dar a escola aos alunos e aos professores e não a burocratas e técnicos.

Se fosse ministro da Educação, quais as medidas que tomava neste momento?
Sou professor, mas para já teria de fazer algo que fosse transversal aos partidos todos, para que não viesse o próximo e partisse aquilo que foi feito.

Tem de haver um pacto na educação?
Exactamente. Os números da OCDE são importantes, mas os alunos não são todos iguais e a escola é igual há muitos anos em Portugal. Temos de ter uma visão para o futuro que inclua pessoas que desçam cá abaixo e perguntem o que é preciso. Quando são as eleições não ouvem as pessoas? É isso que o ministro precisa: ouvir os professores. Desde o dia 17, nunca mais os ouviu. Ele tem de descer à terra, ouvir as bases, as pessoas que estão junto dos alunos, dos pais e dos encarregados de educação e dos funcionários.

Perfil
“Não sou sindicalista, sou professor”
Orlando Pereira, 48 anos, licenciado em Português/Francês, tem sido o rosto do S.TO.P – Sindicato de Todos os Professores em Leiria. Docente do ensino especial, no domínio cognitivomotor do Agrupamento de Escolas de Colmeias, onde está efectivo, o dirigente sindical garante: “não sou sindicalista, sou professor”. No entanto, sublinha que vai lutar ao lado de docentes e não docentes por melhores condições para todos, pois só assim se garantirá uma escola pública de qualidade. O seu percurso no ensino enquanto aluno foi realizado em França, de onde regressou para o concelho de Leiria em 1989. Recorda-se que quando iniciou a carreira de docente, os “velhos professores eram aqueles, que tinham 58 anos e que iam para a reforma”. Hoje, com essa idade, ainda estão e estarão no ensino.
Etiquetas: agrupamento de colmeiaseducaçãoensinoentrevistaescolasgreveorlando pereiraprofessoressindicato de todos os professoressindicato dos professoressociedadeSTOP
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