PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Opinião

Os laços

Clara Leão, professora de dança por Clara Leão, professora de dança
Maio 10, 2018
em Opinião
0
Os laços
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

Talvez se encerre algum mistério na forma como se constroem e mantêm os laços fortes que nos vão amarrando à vida. Ou talvez precisemos de aprender como se descobrem as pontas com que se possa dar uma boa laçada, passados que sejam já os anos da inocência de o fazer por instinto, e bem.

Ou talvez eles sejam simplesmente o resultante de uma natural arrumação de afectos, que a nossa mente intrincada acabe muitas vezes por complicar. Ou talvez seja tudo isso.

Seja como for, os laços são coisas vivas que ora se atam ou desatam, ora se estreitam ou se tornam lassas, ora nos apertam até perdermos o ar, ou nos seguram para sempre. Para um laço são precisas duas pontas, nem uma mais, que se comecem a atar de mansinho num momento qualquer, em avanços imperceptíveis por entre os pequenos nadas do dia-a-dia de quem as segura; ainda que sem saber que as segura.

Para podermos sentir que um laço ficou atado é imprescindível que algum tempo passe. Às vezes bastante tempo, se andarmos distraídos, ou se não nos for imediatamente possível distinguir entre o que seja um hábito reconfortante e o que afinal se foi tornando único para nós.

 Depois de passado esse algum tempo, é necessária uma ausência, de dimensão suficiente para que possa trazer consigo a indispensável pequena dose de saudades; umas vezes em forma de lembrança assídua, outras em forma de pequeno espaço que se acrescenta em nós, à espera de que consigamos descobrir qual o nome que cabe lá dentro.

 E essa saudade será uma espécie de selo branco que nos garante a autenticidade do que foi sendo construído por entre a distracção dos dias. Se não for com uma ausência, será então com uma presença inequívoca e calma que o laço se revela, num momento intenso mas contido – longe de sofrimentos maiores ou de alegrias com rufos de tambor, que as grandes emoções não são terreno bom para a subtileza dos afectos – e que se tornará assim de inesperada partilha e pequena felicidade.

 [LER_MAIS] A partir de então, haverá tempo e espaço para um caminho a dois. Mas a percorrer sem mapa, sem destino certo, e sem certezas de até onde, ou de até quando, seja possível ser-se um par. Que às vezes não é.

Às vezes, a caminhada vai abrandando lentamente, desiludida com o percurso, cedendo ao cansaço do esforço, até parar e se deixar ficar por ali, em terra de ninguém; o coração ainda lembrado de tudo o que foi, mas já certo do que nunca poderá chegar a ser.

Afrouxa-se então o que até então se prendia. E sem sobressalto, mas com a recordação envolta numa pequena mágoa, hão-de ir-se deixando cair as pontas devagar, até que o laço deixe de o ser. Mas se o caminho se alonga e o par se mantém, estreitase então o que poderá ser forte para sempre, num acumular de histórias cúmplices e memórias, a fazer parte da rede que nos sustém e nos dá sentido à vida.

Será um laço mergulhado numa das muitas formas de que se revestem os afectos, e unirá dois com ou sem relações familiares, de sexos opostos ou do mesmo sexo, e sejam quais forem as idades, a distância a que vivem ou a frequência com que se encontrem.

Mas que não se esqueça nunca que todos os laços que se atam um dia, se podem perder também. Levados por pequenos nadas que se agigantem em muros altos, e mágoas fundas, para sempre. Talvez sejam esses os nós.

*Professora de dança

Etiquetas: Clara Leãoopinião
Previous Post

Alguém leu Andrade Albuquerque?

Próxima publicação

São Pedro de Moel

Próxima publicação
São Pedro de Moel

São Pedro de Moel

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.