A duplicação da área verde na cidade, com a criação de uma “cintura” ecológica em torno de Ourém e da “densificação” da arborização de ruas, é uma das propostas do Plano de Urbanização (PU) da sede de concelho, aprovado na segunda-feira em Assembleia Municipal. Na mesma sessão, foi dada luz verde à revisão do PU de Fátima.
Na apresentação do documento aos deputados municipais, a equipa responsável pelo PU de Ourém sublinhou a estratégia de “estruturar [a cidade] pelo verde”, de forma a torná- la “um exemplo de vida saudável e qualidade urbana”, privilegiando os modos suaves de mobilidade. O objectivo é passar dos actuais 23 para 40 metros quadrados de verde por habitante, uma meta a concretizar nos próximos dez anos, explicou a equipa que elaborou o documento.
Em termos de ordenamento, o PU de Ourém aponta para uma “política de contenção urbana, apostando na reabilitação e regeneração”. Há ainda a opção de “dividir” a área abrangida, que ronda os 467 hectares, em unidades territoriais, que funcionem “como bairros”, criando em cada uma delas “espaços de socialização”, como um largo, uma praça ou um jardim.
Para o presidente da câmara, o PU de Ourém, aprovado por maioria, vai permitir à cidade “crescer de forma mais ordenada e equilibrada” e “mais vocacionada para o futuro”.
No mesmo sentido, foi a declaração da representante da Junta de Freguesia de Nossa Senhora da Piedade. “É um dia particularmente importante” para Ourém, com a aprovação de um documento “determinante para a evolução da cidade”, nomeadamente para a “organização e capacitação do espaço público”, afirmou Ana Zita Oliveira.
Críticas ao plano de Fátima
Também aprovado por maioria, o novo PU de Fátima, que aponta para uma estimativa de investimento na ordem dos 40 milhões de euros a concretizar a dez anos, mereceu críticas da oposição.
“A ganância do imobiliário fala mais alto e define as prioridades dos espaços vazios dentro da cidade”, acusou Filipe Mendes (PS), que lamentou que os parques verdes sejam “empurrados para as estremas da cidade”. No seu entender, Fátima tem “necessidade imperiosa” de um novo PU, mas “não precisa de um plano qualquer para satisfazer quem quer que seja”.
Também da bancada do PS, Nuno Baptista criticou a opção de fazer crescer a construção na área entre as avenidas D. José Alves Correia da Silva e a Papa João XXIII, junto à rotunda Sul, com edifícios que podem chegar aos seis pisos, e de não haver um espaço público verde dentro da cidade.
Em resposta, a arquitecta Rute Afonso, da equipa que elaborou o plano, salientou que “há direitos adquiridos que têm de ser garantidos”, sob pena da câmara ter de “entrar com compensações”, e que, embora não esteja desenhado no plano, está previsto um parque urbano entre as avenidas. Este equipamento ficará inserido no projecto da Via Sacra, um corredor verde que ligará o Santuário aos Valinhos e que atravessará a avenida através de uma passagem superior, adiantou o presidente da câmara.
O autarca referiu ainda a extensão da ecovia da Ortiga, que ligará ao futuro parque do Moimento, e a criação de uma estrutura semelhante na Avenida Irmã Lúcia de Jesus. Confirmou também que o plano prevê a construção de um parque de campismo, próximo do futuro quartel dos bombeiros, e de um espaço para congressos e eventos na mesma zona.
Os dois planos estarão em vigor “a partir de 5 de Dezembro”, após a sua publicação em Diário da República, informou o presidente da câmara.