Desporto de alta intensidade, fisicamente exigente e táctico, conhecido por combater o stress, o squash vai estrear-se como modalidade olímpica em 2028, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Na Marinha Grande, é praticado há já 23 anos, graças à iniciativa de António Garcia que, no início do milénio, decidiu colmatar uma necessidade da região.
“Tudo começou com uma pesquisa, onde verifiquei que não havia um espaço de squash na região. Como queria abrir um espaço diferente, resolvi avançar”, explica o proprietário do Paddock Squash Club, admitindo que “nunca tinha praticado a modalidade”. “Só mesmo após a abertura do espaço é que comecei a experimentar o squash, e gostei bastante.”
O espaço, que também tem serviço de café, atraiu na altura dezenas de adeptos e praticantes da modalidade, mas também curiosos. “Quando abrimos o espaço apareceram muitos interessados e tivemos bastante adesão. Era único e uma novidade”, conta.
Nos últimos anos, confessa António Garcia, a modalidade tem perdido praticantes, fruto das crises financeiras, do aparecimento da pandemia e da popularidade do padel.
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“Apesar de serem ambas praticadas com raquetes e uma bola, existem algumas diferenças entre o squash e o padel. O que distingue o squash e o torna especial é o facto de ser praticado por duas pessoas, podendo também ser praticado apenas por uma pessoa, e ser contra a parede”, afirma o responsável, sublinhando tratar-se de uma modalidade que “permite aliviar o stress”.
“A melhor que conheço para isso. É um desporto que se pratica tão rápido que não há momentos mortos nem tempo para outros pensamentos. Do melhor que existe para pôr as energias negativas para fora”, defende.
O squash tem como principais benefícios o aumento das capacidades de resistência, velocidade e flexibilidade, permitindo gastar energias de forma eficaz, além de ser um jogo muito táctico, que exige máxima concentração.
“Tem muitos benefícios. Infelizmente já não posso praticar, pois já tenho próteses nas pernas, mas se não fosse isso, era certo que continuaria a dedicar-me ao squash. Sempre gostei muito de desporto e desta actividade em particular.”
O Paddock Squash Club está aberto todos os dias, das 11 às 23 horas, podendo os interessados reservar o campo com antecedência. “Numa semana tanto podem aparecer 10 como 20 praticantes. Varia muito”, refere António Garcia, revelando que a maioria dos praticantes tem mais de 40 anos, sendo oriundos de vários pontos da região, como Batalha, Alcobaça, Leiria, e até Góis.
Os praticantes devem levar o seu material, sobretudo as raquetes, já que “por existirem diferentes qualidades de raquetes, é importante que os atletas se habituem às suas”.
Futuro em risco
Num olhar para o futuro da modalidade, António Garcia afirma desejar que “o número de praticantes aumente”, ainda que “não veja condições para isso”. “O squash, pelo menos nesta região, está a estagnar. Não é que não seja acessível a qualquer pessoa, mas não é uma modalidade tão popular como o futebol ou o próprio padel.”
Com o espaço do Paddock Squash Club à venda, António Garcia admite não saber o que reserva o futuro da modalidade na Marinha Grande. “Ao longo destes 23 anos, nunca interrompemos a prática de squash. E enquanto aqui estiver, vou manter. Após ser vendido, não sei se irá continuar”, refere o proprietário, de 74 anos, sublinhando que “chegou o momento de descansar e ter mais tempo livre”.