A reivindicação é antiga, mas continua a não ser aceite pela tutela. Pais e professores têm pedido ao Ministério da Educação para reorganizar o calendário escolar, dividindo-o de outra forma, até porque o terceiro período, acaba sempre por ser demasiado pequeno comparado com os outros dois.
Em 2018/19, o último período volta a ser bem pequeno: mês e meio. Sandra Pereira, mãe de duas raparigas e professora, considera que o calendário escolar deveria estar organizado de outra forma, permitindo mais pausas lectivas ao longo do ano e períodos de férias mais curtos, sobretudo, no Verão.
“Até para os miúdos, no primeiro mês é uma alegria, porque vão para a praia, para a piscina e têm outras actividades”, mas depois as férias ‘grandes’ “começam a saturar”. Esta docente aponta o sistema educativo francês como um exemplo a seguir, já que há “pausas lectivas de ‘x’ em ‘x’ semanas”.
“Os pais deixariam de ter preocupação em procurar soluções para períodos longos de férias e até para os estudantes seria vantajoso”, constata. Diana Silva concorda com esta sugestão.
Mãe de duas meninas com 10 e 15 anos, admite que “encurtar” as férias de Verão e “acrescentar mais duas pausas, por exemplo, durante o ano lectivo” seria mais proveitoso.“Tive essa experiência da Alemanha, onde vivi, onde tínhamos mais pausas. O ano lectivo é um bocado intenso e eles chegam muito cansados ao terceiro período, no qual têm muitas coisas para fazer em tão pouco tempo.”
[LER_MAIS] A Federação Nacional de Educação (FNE) lamenta que o Ministério da Educação volte a desenhar o ano lectivo tendo em conta as festividades religiosas, situação que provoca “desequilíbrios na duração de cada período lectivo”.
João Dias da Silva, secretário- geral da FNE, em declarações à Lusa, sublinhou ainda que períodos muito longos sem pausas não são benéficos para as aprendizagens dos alunos, teoria que também já foi defendida pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) no estudo sobre Organização Escolar – o tempo.
Também Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, considera que “para atenuar estas grandes discrepâncias de tempo de duração dos períodos” deveriam ser criadas interrupções a meios dos primeiro e segundo períodos. “São muitos dias de aulas consecutivos para os nossos alunos.”