– Já não há paciência… ui, para tanta coisa! Já não há paciência para o diz que disse, para as aparências, para a violência, para o destrato, para a desigualdade, para o sectarismo, para o desperdício. E já não há paciência para a falta de paciência.
– Detesto… favas. Sempre detestei favas. Também não gostava de ervilhas, mas agora até gosto. Também não gostava de hipocrisia nem de desrespeito, e agora também não.
– A ideia… é ver felicidade nos outros e em mim. Não fazer sombra a ninguém e não deixar que ninguém me roube a luz.
– Questiono-me se… algum dia a humanidade será o traço de carácter da Humanidade e se algum dia terei resposta a metade dos porquês e para quês que me passam pela cabeça.
– Adoro… bolos. Pão-de-ló, bolas de Berlim, mil folhas e palmiers. Também gosto de boas intenções. Nunca percebi muito bem porque dizem que o inferno está cheio delas… pois acredito que seja exatamente o contrário. Mais do que o resultado final, para mim, conta a intenção, o propósito das coisas. E a propósito, na realidade não acredito sequer que exista inferno.
– Lembro-me tantas vezes… e esqueço-me outras tantas. E é absolutamente natural e saudável. Por vezes, é uma questão de sobrevivência.
– Desejo secretamente… que o tempo demore a passar mas que revele rapidamente os factos das coisas. Não faz muito sentido, bem sei… O mundo dos desejos e das possibilidades secretas é assim mesmo (ou deverá ser): surreal.
– Tenho saudades… de voltar a estar descontraidamente com quem amo e me quer bem. De conhecer novas gentes e lugares. Das possibilidades que o futuro esconde. E de abraços, tenho muitas saudades de abraços.
– O medo que tive… quando fui mãe, perdi o meu pai e a minha avó e quando acreditaram em mim mais do que eu própria… só eu é que sei.
– Sinto vergonha alheia… muito raramente. As atitudes ficam para quem as pratica.
– O futuro… é um mundo inteiro de possibilidades mais ou menos improváveis. O desejo é que seja longo e risonho.
– Se eu encontrar… (continua em baixo)
– Prometo… que partilho. Não faz sentido de outra forma, pelo menos para mim. Porque acredito que ter e saber só fazem sentido em conjugação com dar. Não somos ilhas.
– Tenho orgulho… na família que a minha mãe e o meu pai construíram, na família do meu irmão e da minha irmã, tenho orgulho na minha filha, na pessoa que sou com os mil e um defeitos que tenho. Tenho orgulho das pessoas com quem trabalho. Tenho orgulho em quem consegue começar uma vida nova e em quem, pelos mais variados motivos, não consegue.