– Já não há paciência… para gente que não tem coragem de dizer o que pensa, que vive com um elefante na sala e faz de conta que ele não está lá.
– Detesto… carros em segunda e terceira fila e todos os condutores que não usam os piscas. E detesto também aqueles que não param na passadeira. Depois de os chamar à atenção, recebo um pirete em troca.
– A ideia… é flutuar sem ir ao fundo.
– Questiono-me se… vale a pena nascer de novo para tentar fazer tudo na mesma. Penso que é bom termos sempre o ponto de interrogação no bolso, para nos questionarmos sobre as pequenas e grandes coisas da vida.
– Adoro… reunir amigos à volta de um pão que fiz para eles, ou levar o fogão portátil para a minha praia secreta e cozinhar como se fosse o Rambo do meu bairro.
– Lembro-me tantas vezes… quando fui literalmente cuspido do táxi que me levava para o infantário. Éramos tantos lá dentro que calhou-me a vez de ir junto à porta. O taxista fez a curva , ali no corte para a Torre, na estrada que liga Batalha a Fátima, e lá fui eu com o meu cesto de verga, no qual levava o meu almoço. Orgulho-me de ter conseguido manter tudo intacto.
– Desejo secretamente... se é secreto não partilho. Mas pronto! Vou abrir uma excepção: desejo a melhor receita de ramen. Ando há mais de 5 anos a tentar cozinhar o melhor caldo. Mas vou conseguir…
– Tenho saudades… de acordar sem sentir qualquer responsabilidade. Partir com a mochila às costas e viajar sem olhar para trás. Apanhar um comboio e ir sem saber quando regresso.
– O medo que tive… confesso que não me recordo de nada em especial. Talvez o dia em que estava a tomar banho na praia de Pedrogão – era eu um menino – quando senti uma forte corrente que me queria arrastar até ao Brasil. Valeu-me o dedo maior do pé que me ajudou a voltar à terra, através de uma rocha na qual encaixei sagrado dedo.
– Sinto vergonha alheia… da hipocrisia de um nicho da sociedade que se assume como sendo a bandeira da moralidade. Pavoneiam-se com as insígnias das suas vitórias sem ter noção do ridículo. Não à soberba!
– O futuro… estou sempre atento a ele, mas prefiro focar-me no presente para olhar para o passado com orgulho.
– Se eu encontrar… um balão de espionagem em território português, garanto devolvê-lo ao país de origem. Aproveito a viagem e fico por lá umas semanas.
– Prometo… não voltar a pecar. Mas não garanto que seja a partir de hoje.
– Tenho orgulho… na minha família e amigos. É um sentimento que parece clichê, mas é muito importante estar presente em cada dia que passa. São os alicerces da obra que vou construindo.