– Detesto… que me acordem, passo de um belo menino adormecido, a um ressacado alcoólatra há 30 anos.
– A ideia… é ir aproveitando as oportunidades, de viver, viajar, estar com a família e com os amigos. Gosto muito da ideia de “esplanadar” ad eternum e partilhar uma mesa com todos os que vão passando na minha vida.
– Questiono-me se… algum dia vou deixar de gostar de cerveja. Se os Filipes podem ficar abertos para sempre e, se quando for velho, me atiro ,ou não, do avião com pára-quedas depois de mandar uns opiáceos só para não morrer burro.
– Adoro… a minha mãe, chega, vira-me a casa de pantanas, leva meia dúzia de roupas que já não uso, deixa o frigorífico cheio e ainda me deixa 10€ para o almoço. Quem não tem uma mãe assim que arranje. Mas adoro-a, por tudo o que ela é.
– Lembro-me tantas vezes… do meu avô antes da doença, quando lhe comprava 1 volume de Português amarelo, 4 garrafas de tinto e ninguém me perguntava pelo bilhete de identidade. Eram tempos mais fáceis.
– Desejo secretamente… já não é bem segredo. Ganhar o Euromilhões e comprar meia cidade de Leiria tornando-me no Lex Luthor cá do burgo mas sem o Super-Homem para me chatear.
– Tenho saudades… nunca tive, mas, com o tempo, passei a ter, isto de ficar velho tem coisas boas e más. Esta é uma das boas, porque me faz lembrar de quem mais amo e do que passámos juntos. Tinha que vir para aqui o lamechas, epá desamparem-me a loja.
– O medo que tive… não sei o que é isso, sou firme e hirto como uma barra de ferro. Medo? Desconheço o indivíduo.
– Sinto vergonha alheia… quando trocam o há com o à.
– O futuro… é o que construímos hoje e mais uns pozinhos da Sininho. Venha o que vier, há que ter jogo de cintura e, para quem não sabe, há boas escolas de dança em Leiria, toca a mexer essas ancas.
– Se eu encontrar… uma notinha no chão é dito e feito, há cerveja para todos. Filho único mas a saber partilhar?! Quem sou eu?!
– Prometo… continuar a ser alvo de trocadilhos com o meu nome e a esboçar um sorriso entre dentes como quem diz: partia-te a boca toda mas é melhor não o fazer, não vá alguém chamar a polícia.
– Tenho orgulho… da minha avó, tem a 4ª classe mas sabe mais que a maioria que vai àquele programa do Palmeirim. Já lhe disse que um dia inscrevo-a, pode ser que me calhe alguma coisa na herança.