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Já não há paciência… para Tascas de Lisboa convertidas em “Restaurantes Bistrô” onde o menu passou a estar em inglês, escrito numa ardósia minúscula, e onde se comem os mesmos pastéis de bacalhau secos com dois dias (Fried ball of cod), e se bebe a mesma bica queimada (“burned bic’s”), a troco de um preço escandaloso – que subiu a pique com a inflação – (Tascas estas que por acaso ficam no rés-do-chão de prédios onde os anúncios de arrendamento passaram a estar escritos em inglês numa placa brilhante, e onde se habitam os mesmos apartamentos húmidos com dois metros quadrados, a troco de uma renda escandalosa – que subiu a pique com a inflação.)
Detesto… pacotes que dizem “abertura fácil” e que depois de várias tentativas temos de rasgar de forma deselegante no meio de um almoço profissional mais ou menos formal, entornando o seu conteúdo na blusa, e originando um frenesim de limpeza embaraçosa com um daqueles sprays anti nódoas que deixam uma nuvem de cogumelo ainda mais indiscreta do que a nódoa original, comprometendo o profissionalismo do almoço. (*nunca me aconteceu em particular, mas caso tivesse acontecido deixaria a nota para os engenheiros que planificam os pacotes, que tenham essa questão em atenção.)
A ideia… de infinito do Universo , provoca-me espanto, temor, assombro, angústia e fascínio. O mesmo para a ideia de “ fazer campismo”. Questiono-me se… seria mais feliz num corpo de um gato doméstico com a minha consciência, ou se no meu corpo com a consciência de um gato doméstico? / Se os grandes Ditadores também choram a ver o E.T.?/ E ainda: porque é que há pessoas que usam calças por baixo de calções para fazer exercício?
Adoro… todas as atividades que envolvem: Eu +Música decente + Amigos-daqueles-mesmo- amigos-que-gostam-de-Eu-apesar-de-Eu-por-vezes-ser-demasiadoEu + Beira mar+ Cerveja.
Lembro-me tantas vezes… que não me lembrei de pôr a moeda no parquímetro e que se me tivesse lembrado provavelmente já conseguiria ter feito aquela viagem de sonho às Ilhas Fiji porque de facto não fica barato pagar cento e quarenta euros para desbloquearem o carro de cada vez que me “lembro tantas vezes…”
Desejo secretamente… o poder de encolher algumas pessoas, como naquele filme “Querida encolhi os miúdos”
Tenho saudades… de entrar numa sala de espera de dentista e ver as pessoas todas olhar umas para as outras com um ar desconfortável e aborrecido, em vez de entrar numa sala de espera de dentista e ver as pessoas todas a olhar para o telemóvel com um ar desconfortável e aborrecido.
O medo que tive… quando percebi que em todo o lado me passaram a tratar por senhora, e eu me apercebi que já era uma pessoa adulta, e me deveria comportar como tal, apesar de me sentir essencialmente uma criança na maioria das situações. (Lembro-me dessa terça-feira da semana passada como se fosse ontem.)
Sinto vergonha alheia… 1. selfies hot com duck face a dar um jump em sítios random; 2. Pessoas que só falam com estrangeirismos.
O futuro… está de birra, mas acredito que ainda lhe sacamos um sorriso.
Se eu encontrar… a solução para o bom gosto musical… Prometo… que o partilho com TODOS os donos de ginásios, health clubs e bares de praia sazonais do País.
Tenho orgulho… em “tentar de novo. Falhar novamente. Falhar melhor…” como dizia o Becket. Mas agora depois dos 40, com mais requinte, menos arrependimentos, e mais dores
