– Já não há paciência … para a política, para essa ideia de puritanismo que partidos e políticos têm, que os faz capazes de se vender como salvadores. Para a incapacidade de trabalharem pelo bem comum. Pior para a nossa incapacidade de escolher pessoas para trabalharem em conjunto, de nos envolvermos nos processos de tomada de decisão.
– Detesto… sentir que independentemente do que se faça cada pessoa atravessa cada vez mais uma cortina da invisibilidade, ainda não sei se pela velocidade dos novos tempos em que o que agora acontece daqui a cinco minutos é passado, ou se porque de facto cada um de nós está cada vez mais invisível… temo que este último cenário seja o mais real… e se for o caso é grave… pode matar.
– A ideia… é a de que o que o que somos, a nossa força, e os conhecimentos que temos só fazem sentido se forem partilhados. Temos o compromisso de contribuir. Se não o fizermos a nossa existência poderá até ser uma obra de arte, mas não cria raízes… só fazemos sentido se nos dermos.
– Questiono-me se… um dia os sonhos serão outra coisa que não isso… assusta-me a ideia do não concretizável, do não ser raiz… de ter sonhos que mesmo simples fiquem sem acontecer.
– Adoro… o poder mágico que às vezes um pequeno gesto pode ter no levar a grandes ações, acredito que se tivermos escapatória nas cousas da vida ela acontecerá por um pequeno gesto que se tornou um sonho coletivo.
– Lembro-me tantas vezes… de ser criança e dormir com a cabeça no braço do meu avô materno… lembro-me de perceber o quanto isso dava a sensação de segurança … há muito dele que me moldou … nessa mania minha de tentar tantas vezes que outros se sintam seguros.
– Desejo secretamente… que a poesia e a arte em geral, possa habitar a rua e servir de centelha de mudança… uma sociedade é mais igualitária se a arte chegar a todos e souber dar-lhes voz e grito.
– Tenho saudades… de conversas longas, à noite, com a fogueira acesa… do passar lento do tempo sem pressas, do bom que era escrever uma carta no papel e esperar resposta.
– O medo que tive … o maior medo, foi o medo de falhar… houve uma fase em que falhei redondamente … depois aprendi que são os erros que nos moldam… que nos fazem erguer.
– Sinto vergonha alheia… desta defesa da inclusão que não inclui, mas que fragmenta… o mundo era muito mais simples se as pessoas percebessem que Pessoas são Pessoas, muito mais iguais do que diferentes.
– O futuro… será o que a humanidade fizer … espero que mais recheado de pequenas ações que se tornam grandes, do que de conflitos. Mas preocupa-me que estejamos face às guerras cada vez mais perto da hora do apocalipse e que estejamos a conceder um poder incontrolável à Inteligência artificial.
– Se eu encontrar… um dia o cantor brasileiro Oswaldo Montenegro gostava que ele me desse a honra de declamar com ele o poema metade. É claro que há outra coisa …. Mas essa não se diz aqui…
– Prometo… tentar ser o melhor de mim sempre em tudo o que faço…
– Tenho orgulho… na capacidade de nos superarmos, nos meus, no Coletivo Sisifus que eu e outros poetas de Leiria estamos a desenvolver e que pretende levar a poesia à rua, com microfone aberto à participação de todos, no ver talentos consolidarem-se. Aproveito a oportunidade para convidar-vos a seguir o coletivo nas redes sociais, como costumamos dizer… o microfone é vosso.