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Luís Mourão, dramaturgo por Luís Mourão, dramaturgo
Maio 31, 2019
em Opinião
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Este fim-de-semana concretizase mais uma vez na cidade um evento que já entrou, há muito, na mecânica anual do entretenimento urbano. Chama-se Leiria há 100 anos.

As “recriações históricas”, com todas as suas cambiantes temáticas e graduações qualitativas, são importantes sobretudo porque permitem a todos os cidadãos, independentemente da idade, momentos de fruição, momentos de puro gozo longe das agruras do quotidiano.

São estes momentos, vividos e reconstruidos pela memória constantemente, que confortam e aproximam afectivamente o cidadão e um lugar onde vive. E esta é, para mim, uma das vertentes estruturais de qualquer política cultural.

Não é isenta de perigos esta aproximação teatralizada ao real. Sendo o perigo maior exactamente o de permitirmos à memória fixá-los como outra coisa que não um simples “faz de conta”.

O perigo é tomarmos em algum momento o passado como algo melhor do que o presente. Não é coisa nossa.

Esta ideia é comum a todos os povos e culturas, e embora seja fácil a demonstração do contrário, traduz-se em todas as línguas do mundo. O grande pensador francês Michel Serres tem mesmo um livrinho brilhante chamado C’était mieux avant! onde tritura este mito absurdo de forma primorosa.

Mas, só o facto de ter tido necessidade de o escrever é, por si, todo um programa.

Embora a História contemporânea a contradiga passo a passo,  [LER_MAIS] esta ideia persiste com uma vitalidade assustadora. E o perigo das “recriações” serem o seu aval é portanto palpável.

O passado, como dizia o escritor britânico L. P. Hartley, é um país estrangeiro onde se fazem as coisas de modo diferente.

Vale a pena olhar para ele com cautela. Com muita cautela. Talvez a melhor maneira de começar seja mesmo aquela que escolheu Rutger Bregman para iniciar o seu livro Utopia for Realists and how we can get there, no passado, diz ele, tudo era pior. E é verdade.

No passado quase toda a gente era mais “pobre, faminta, suja, assustada, estúpida, doente e feia” do que é hoje.

Se não nos esquecermos disto e estabelecermos dentro de nós os equilíbrios necessários, então as “recriações históricas” são, certamente de uma forma bizarra e inesperada, exercícios teatralizados de louvor à resiliência, ao engenho e ao instinto de sobrevivência protagonizados por aqueles que viveram antes de nós.

Nada mais, nada menos.

*Dramaturgo

Etiquetas: Luís Mourãoopinião
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