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Home Viver

Paulo B. Menezes: “Eu queria destruir as expectativas do que um filme deveria ser”

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Novembro 30, 2018
em Viver
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Paulo B. Menezes: “Eu queria destruir as expectativas do que um filme deveria ser”
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O que lhe interessou na obra de Marguerite Duras, Destruir, Diz Ela, enquanto ponto de partida? 
Penso que tenha sido a abstracção daquelas personagens naquele espaço fechado. É um exílio voluntário em que as personagens flutuam na sua existência, uma em que não há espaço para a mundanidade nem para as obrigações da "vida real", o que o remete mais para os pensamentos das personagens do que para factores externos que, ali, são meramente enunciados, e quando o são, como se fossem um aborrecimento. Os verdadeiros elementos são o desejo entre as personagens, a sua vontade de não habitar um espaço nem um tempo preciso, de destruir as convenções, tanto as sociais quanto as literárias. De certo modo, interessava-me especialmente por eu sentir nela um paralelo com o que eu queria fazer no filme: destruir as expectativas do que um filme deveria ser, quer as do público quer as minhas próprias. 

Podemos concluir que a personagem principal de O Que a Noite Rouba ao Dia utiliza os próprios sonhos para compensar uma certa ausência de empatia? 
As suas relações com o mundo real não são fáceis nem os seus resultados agradáveis. Daí, sim, sem dúvida, são os seus sonhos que o sustêm por um fio, os seus laços emocionais são ora passado ora falhanço. A sua tentativa de fazer um filme com base na peça de Duras é o último reduto de quem não quer abdicar de um sonho, tanto o sonho de fazer um filme como o sonho da peça que ele queria adaptar. Ele presta-se a tudo o que for possível para não abdicar do seu sonho, mas acaba por usar o que traficara para dar à mulher e filha, como se assim fosse capaz de pagar a sua dívida para com a família em detrimento do seu filme. No filme, ele acaba por não ser um real nem por conseguir realizar um imaginário, continua preso por um fio entre ambos, um fantasma de quem poderia ser se não fosse tão disfuncional. 

Era essencial não determinar previamente a acção, ou seja, deixar o filme seguir o seu próprio rumo? 
Sem dúvida. Uma das poucas premissas do filme era que houvesse uma interacção entre os factores de produção e a realização, o que por si só indica que era um filme que assumia a sua deriva. Esta deriva estendia-se a todos os elementos, se não mesmo todos os planos, do filme. A peça da Duras, o Cláudio da Silva e o apoio da Gulbenkian eram os únicos dados de partida, enquanto os décors, a realização e o argumento se encontravam todos em aberto. Houve textos que foram riscados um minuto antes de serem filmados, licenças obtidas à última hora. O Cláudio da Silva foi determinante nessa possibilidade, apenas um actor com a sua capacidade e experiência de dar corpo à personagem a partir de pequenas directrizes, por vezes mais o tom do que a forma, tornou possível uma abordagem de realização tão livre. Também o restante elenco, com vasta experiência em teatro, conseguia tornar reais personagens tão difusas e apropriar-se dos espaços como se as cenas tivessem sido encenadas e ensaiadas com antecedência. 

 [LER_MAIS] 

Na sua visão do cinema, o exercício da arte e o experimentalismo sobrepõem-se à eficácia da história? 
A minha primeira experiência de ficção foi este filme; se fizesse outro agora, teria a sua própria direcção, uma que podia ou não coincidir com esta abordagem. Mas neste filme em concreto, no que ele tem de experimentalismo, a história não me interessava muito, havia elementos que me atraíam mais: a relação que os actores fariam com os décors e o tom com que estes dois elementos se conjugam a partir de indicações de realização ora muito vagas, ora muito precisas. Uma longa-metragem pode, com facilidade, ser a última longa-metragem, pelo que me predispus a que o filme se concretizasse sem restrições ou influências, antes que ele fosse o que ele queria ser, que me levasse aonde ele queria levar. O experimentalismo tem de ser mais do que uns planos à mão misturados na mesa de montagem, é preciso um conceito, uma tonalidade, um caos que permita uma experiência intuitiva. 

Primeiro filme, equipa pequena, orçamento reduzido, realizador e produtor, que influência tem tudo isto no resultado final? 
Ser o primeiro filme facilitou muito o processo, permitiume a ingenuidade e a intuição necessárias para o fazer do modo que eu procurava, mais ou menos conscientemente. Tanto a equipa como o elenco foram muito importantes, tive a oportunidade de trabalhar com pessoas que muito prezo, e aos quais eu não podia estar mais grato, e de manter o décor sem certas "interferências" que estragariam a intimidade do trabalho em equipa. 

Continua a ser difícil conseguir financiamento?
Fazer longas-metragens continua a ser um problema, sem dúvida. O cinema português depende do ICA, o Instituto do Cinema e Audiovisual, que funciona em termos pouco claros e com critérios muito discutíveis. Todo ele está montado como um sistema fechado e isento do princípio de rotatividade. Os apoios do ICA poderiam ser menores e distribuídos por mais realizadores fora do sistema dando a oportunidade de trazerem à luz outros filmes, outras realidades e outros olhares.
 
Cláudio da Silva lidera elenco. Anteestreia dia 10, na Gulbenkian, em Lisboa.
O Que a Noite Rouba ao Dia é a primeira longa-metragem de Paulo B. Menezes (natural da Marinha Grande, onde reside) e tem anteestreia marcada para 10 de Dezembro, às 18:30 horas, em Lisboa, na Sala Polivalente da Colecção Moderna do Museu Calouste Gulbenkian. Conta com um elenco experiente e reconhecido, que inclui os actores Cláudio da Silva, Sofia Dinger, Catarina Wallenstein, Rui Morrison, Marcello Urgeghe e Sara Cipriano, entre outros, além das participações especiais de Manuel Mozos e Joana de Verona. Através de uma narrativa não linear, a câmara segue um assistente de realização especializado na procura de lugares para filmagem, que vagueia entre a realidade e a ficção do seu imaginário. O protagonista funde-se nas encruzilhadas com as personagens, cada vez mais fechado em si próprio, entre o desejo de realizar o seu próprio filme e a dificuldade de o fazer. Com argumento, realização, produção e montagem de Paulo B. Menezes, O Que a Noite Rouba ao Dia tem financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian. Nascido em 1976, Paulo B. Menezes licenciou-se na Escola Superior de Teatro e Cinema e tem assinado sobretudo peças de videoarte e cinema experimental, com apresentações em galerias e festivais, destacando-se O Último Guerreiro Romântico (2015), She Got The Idea (2016) e Existentia (2017). Em 2002 fundou a editora de música experimental electroacústica Plancton Music e em 2016 criou a Oblíqua – Mostra Internacional de Videoarte e Cinema Experimental, em Lisboa.
 
Etiquetas: o que a noite rouba ao diapaulo b. menezes
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