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A Direcção da Organização Regional de Leiria (Dorlei) do PCP acusou hoje o Governo de propaganda no investimento na Linha do Oeste e alertou para a derrapagem no prazo previsto para a sua conclusão.
“ O Governo anunciou, no final do ano transacto, o Plano Ferroviário Nacional onde constam os projectos e investimentos a concretizar até 2050. De então para cá, intensificou-se a acção de propaganda neste domínio, mas sem correspondência nas obras, projectos e investimentos necessários ao desenvolvimento da região Oeste”, refere um comunicado enviado hoje.
O PCP alerta que o programa Ferrovia 2020 (lançado em 2016), com data anunciada de conclusão marcada para 2021, “ter apenas 15% dos investimentos concluídos (e o restante com atrasos de quatro anos)”.
“Apesar da propaganda, é cada vez mais evidente que a modernização em curso da Linha do Oeste até às Caldas da Rainha, que deveria ter estado concluída em 2020, não estará pronta antes de Dezembro de 2023”, lê-se na nota de imprensa.
O PCP “chama novamente a atenção de que as sucessivas derrapagens nos prazos” que “colocam neste momento em risco o acesso a fundos comunitários (que garantem 39% deste investimento) para a sua construção”.
“Não pode ainda deixar também de suscitar estupefacção o facto de, a propósito da ferrovia, estarem a ser anunciados investimentos do tipo “Metro-Bus” para a ligação entre a Marinha Grande e Leiria, ou seja, ligações em autocarros a serem suportadas pelas autarquias, num itinerário com ferrovia, onde o que falta é a oferta de transporte ferroviário.”
Para a Dorlei, “numa região onde o direito ao transporte público não é uma realidade – quer pelas insuficiências no plano da ferrovia quer pela dependência que a região tem de operadores rodoviários privados – é urgente outra política de promoção do transporte público”.
O PCP considera “urgente” a “electrificação e modernização da Linha do Oeste em toda a sua extensão, a interligação deste eixo ferroviário com a Linha do Norte e com eixos de transporte rodoviário existentes ou a criar”, assim como “estudar, planear e concretizar a futura ligação da Linha do Oeste à Linha de Cintura por Loures”.
