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Home Entrevista

Pedro Nogueira: “A tendência crescente é haver cada vez mais mulheres nos escuteiros”

admin por admin
Julho 11, 2024
em Entrevista
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Pedro Nogueira: “A tendência crescente é haver cada vez mais mulheres nos escuteiros”
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Quase a chegar aos 100 anos de escutismo na Diocese de Leiria-Fátima, como está a saúde do movimento?

Está bem, continua a crescer, continuamos a ter um papel atractivo para os jovens porque ainda somos diferentes em relação a outras actividades e porque o escutismo é um movimento de educação integral. Não é específico de apenas uma actividade, mas ajuda a formar os jovens em todas as áreas de desenvolvimento seja o “físico, o intelectual, o carácter, o espiritual, o afectivo e o social. Ajudamo-los a crescer e a tornarem-se cidadãos activos nas suas comunidades ou no seu trabalho, que é o objectivo principal do escutismo. A visão do Corpo Nacional de Escutas (CNE) é pegar no jovem e nas crianças e fazer deles adultos prontos para serem cidadãos activos nas suas comunidades.

Que características tem o escutismo que outras actividades para jovens não têm?

Sobretudo, temos o contacto com a natureza. Temos a possibilidade de os jovens poderem errar e falhar. Na sociedade de hoje, cada vez mais, temos de ser perfeitinhos e não podemos falhar, mas, aqui os miúdos e miúdas podem errar, podem deitar abaixo as suas construções e voltar a fazê-las. Nós incentivamo-los a fazerem-no. Os projectos que vivem no seio do escutismo, são propostos por eles e não pelos adultos, e é com base nisto que os dirigentes, ao seu lado, os ajudam a construir novos empreendimentos. Nos outros movimentos, que têm os seus méritos, evidentemente, muitas vezes, é mais importante a vontade do adulto do que a do jovem. Isto não invalida que todos os movimentos e todas as actividades sejam importantes. O essencial é que os jovens estejam ocupados e construam coisas por si e para si.

Que impacto tem a ligação espiritual e religiosa do CNE à Igreja Católica?

Quando fundou o escutismo, Baden-Powell disse que a religião, fosse ela qual fosse, tinha de ser uma parte integrante do crescimento do jovem. Escuteiros [católicos, filiados ao CNE] ou escoteiros, devem todos ter uma confissão religiosa e professá-la. A religião é uma parte integrante da formação dos jovens e nós ajudamo-los a olhar para Deus ou para outro deus em que acreditem, e que isso faça parte da sua vida. Ajudamo-los a perceber que não estamos aqui por acaso, mas que existe uma entidade superior que nos ajuda a crescer e a evoluir. O escutismo vive independente da religião. É natural que as questões religiosas, sejam dos hindus, dos católicos ou muçulmanos, tenham uma influência nos valores dos escuteiros. Numa actividade internacional onde estão todas as religiões e escuteiros de todo o mundo, todos temos os mesmos valores, e todos procuramos o mesmo. São valores universais. Quando encontramos um escuteiro, seja em que parte do mundo for, ele tem os mesmos valores que nós, tem a mesma formação e procura o mesmo, que é o bem-estar da sociedade e o bem-estar de todos na comunidade, procurando fazer um mundo um pouco melhor. E isso é independente da religião de cada um.

O escutismo ensina-nos a aceitar todos. Não nos interessa a cor da pele e não nos interessa a religião
Pedro Nogueira

São os mais novos que pedem para aderir ou são os pais que os trazem?

Temos um bocadinho de tudo. Há dias, ouvi um caminheiro [escuteiro entre os 18 e os 22 anos], na sua cerimónia de partida – aos 22 anos são convidados a deixar os escuteiros, pois já são cidadãos adultos prontos para a vida activa -, dizer “vim para os escuteiros porque os meus pais me puseram cá, e fui ficando”. Muitas vezes, chegam-nos também por influência dos amigos, dos vizinhos ou de um primo, que já andam nos escuteiros e os desafiaram a ir também. Ou ainda porque um colega na escola começa a contar as aventuras que tem, o andar de mochila às costas ou fazer um raide. Tradicionalmente, os chefes de escuteiros eram pessoas que foram escuteiras, desde pequenas.

Ainda é assim ou há outros adultos a formarem-se para serem dirigentes?

Há uma entrada de adultos que não foram escuteiros, e não é mau que isso aconteça, porque dá uma outra vida ao movimento e uma outra perspectiva. Actualmente, notamos haver mais jovens que fizerem o seu percurso no movimento e que querem ser dirigentes, para contribuir e dar aos mais novos aquilo que receberam. Há um factor que tem pesado na decisão de ficar, que tem a ver com o mercado de trabalho, eles nem sempre sabem onde vão trabalhar e, muitas vezes, têm de sair para o estrangeiro. Efectivamente, temos recebido também muitos pais ou outros adultos que não são escuteiros e que querem aderir ao movimento e são todos bem recebidos.

Na vossa proposta educativa, existe o “painel de empreendimento” que, fora do mundo do escutismo, ajuda a trabalhar em equipa e a liderar projectos. É semelhante àquilo que vemos nas empresas, com a atribuição de responsabilidades, prazos, recursos, orçamentos e metas. Quão importante é isto na vossa pedagogia?

É uma das partes essenciais, porque tem a ver com o método como desafiamos os jovens e as crianças desde pequenos a trabalhar em conjunto numa equipa e a fazerem propostas que serão votadas pelos seus pares. É escolhida a iniciativa que tem maior adesão do grupo. Convidamos os lobitos, os exploradores, os pioneiros e os caminheiros a fazerem essa proposta e a votarem nela. Nas propostas que perdem, há sempre qualquer coisa que se vai buscar, para enriquecer a mais votada. Ensinamo-los a trabalharem com os outros, ensinamo-los a votar e a importância da escolha.

A pedagogia é diferente para os caminheiros, que são escuteiros adultos?

O método é sempre o mesmo. O que temos feito – penso que este método ajuda a combater as radicalizações actuais – é trabalharmos em comunhão, porque aqui faz-se muita vida comunitária, muitos projectos e escolhas são feitas por todos. À medida que crescemos, as questões são mais trabalhadas, as preocupações, sobretudo nos mais velhos, são “o que vou fazer no amanhã quando for trabalhar?” Pedimos aos caminheiros que planeiem, individualmente, o seu Projecto Pessoal de Vida (PPV), para perspectivarem o que farão no futuro. Esse plano é debatido com todos, do dirigente aos caminheiros mais velhos e os da sua idade. Notamos muito que eles só têm um plano A, e quando lhes perguntamos pelo B, percebem que têm de equacionar uma alternativa, porque as coisas poderão não resultar como planeiam.

Há cerca de 30 anos, havia o lema “todos diferentes, todos iguais”, no CNE. Enquanto dirigente, o que sente quando vê alguns escuteiros de então, agora homens e mulheres adultos, a alinharem em posições extremistas?

Entre aqueles que conheço e com quem mantenho relações, não há ninguém com posições extremadas. Até têm uma posição muito crítica sobre os extremos. O escutismo ensina-nos a aceitar todos. Não nos interessa a cor da pele e não nos interessa a religião. O CNE actualmente tem uma posição muito aberta sobre religião, ideologias e sobre o pensamento. A ideia é acolher todos, trabalharmos todos em conjunto e desenvolvermos todos a nossa comunidade. O movimento adapta-se em função daquilo que os jovens querem e não em função daquilo que o chefe adulto quer. Agora, apareceu a questão da Inteligência Artificial, e estes jovens questionam os adultos se podem ou não confiar e o que devem fazer. O conselho que damos é que tenham pensamento crítico. Porque nem tudo o que entra pelo ecrã é verdade. Pensem e procurem outras fontes de informação, para poderem ter uma opinião consubstanciada e pensarem no que querem fazer.

Mais “bom-senso” e menos “senso-comum”?

Exactamente… mais bom-senso. Contudo, é da natureza humana, que haja pessoas com posições mais extremadas do que outras.

A nível estatístico, há mais homens ou mais mulheres no escutismo da Região de Leiria-Fátima?

Há 34 agrupamentos estabelecidos na Diocese de Leiria-Fátima, cujo território se estende de Alcobaça, a sul, a Ourém, a este, e a Pombal, a norte, e 2.406 escuteiros inscritos. Segundo o último censo escutista, a região tem cerca de 53% de mulheres e o restante são homens. É a tendência da sociedade dar cada vez mais destaque ao papel da mulher. A nível da população, segundo sei, há mais mulheres do que homens e isso tem in…uência no efectivo do CNE. Mas também tem a ver com a igualdade de oportunidades. Lembro-me de há vários anos ir a um encontro à Dinamarca e, lá, já se discutia o género e a igualdade. Era uma coisa que, em Portugal, ainda não era muito falada. A nível geral, a tendência crescente é haver cada vez mais mulheres nos escuteiros. O escutismo foi um dos primeiros movimentos onde a co-educação apareceu. Por vontade dos nossos jovens, o escutismo tem andado sempre um bocadinho à frente do seu tempo. Portanto, a questão da co-educação é uma questão perfeitamente normal nos escuteiros.

Por vontade dos nossos jovens, o escutismo tem andado sempre um bocadinho à frente do seu tempo
Pedro Nogueira

O que está a ser preparado para o centenário da região de Leiria-Fátima, que se celebra este ano?

Inspirados pela figura do primeiro chefe regional, o major Joaquim Pereira dos Reis, um ilustre leiriense da época, queremos celebrar “100 anos à volta da Fogueira”, em momentos-chave como o Acareg 2024, último acampamento regional do primeiro centenário que marca o arranque das celebrações. Vai ter lugar na Batalha, na Quinta do Escuteiro [local para acampamento, com 5,2 hectares, carvalhal e sobreiral, rico em fauna e …ora autóctones], entre os dias 5 e 11 de Agosto e são esperados cerca de 1.200 escuteiros. Faremos uma viagem no tempo, até há 100 anos, com escuteiros dos nossos agrupamentos e com um grupo francês que quis participar. Viveremos tradições já perdidas no tempo e cada agrupamento será uma pro- ssão de antigamente. Teremos ocinas especícas com artesãos a explicar as tradições e algumas prossões que se perderam. Mais à frente, a Marinha Grande será a base nacional portuguesa da maior actividade escutista mundial, o JOTA JOTI – Jamboree [encontro] no ar [radioamador] e Jamboree na internet, que reúne mais ou menos dois milhões de escuteiros em todo o mundo. Vamos ser ali o arranque do ano escutista 2024/25.

E que mais?

Teremos também a Luz da Paz de Belém, que vem da Igreja da Natividade, na Palestina, e que será distribuída em Leiria por movimentos e por todos os nossos agrupamentos, a quem serão enviadas propostas de vivência do centenário ao longo do ano, nas unidades, agrupamentos, paróquias e comunidades. Vamos ter também o dia de BP em Leiria em Fevereiro, durante dois dias, onde comemoraremos o aniversário do fundador do escutismo e esperamos ter à volta 2.200 escuteiros na cidade. No dia 20 de Março vamos ter o Dia da Região, uma cerimónia mais formal para celebrarmos o dia de aniversário do centenário. Em Agosto de 2025, aparte das comemorações, teremos em Portugal a actividade internacional Moot 2025 e sabemos que algumas rotas serão na nossa região e na nossa Quinta do Escuteiro. Estamos a distribuir estas actividades por todos os concelhos da região. No último trimestre de 2025, teremos um “congresso”, onde os jovens vão participar activamente, porque queremos que sejam congressistas e apresentem, em palestras, a sua visão para o futuro da região de Leiria e Fátima e do escutismo.

Percurso
“Sempre gostei da envolvência de Natureza”

Natural das Caldas da Rainha, mas a viver em Leiria desde que se conhece, Pedro Nogueira, 48 anos, estudou na Secundária Domingos Sequeira e fez a licenciatura em Contabilidade e Auditoria, em Coimbra.

Tinha 14 anos, quando subscreveu o apelo do pároco da Barosa, à época João Feliciano, para formar um agrupamento de escuteiros.

“Em 1990, ele reuniu um grupo de miúdos e eu fui um deles. Fizemos um primeiro acampamento na Curvachia, que me marcou muito, e fui-me mantendo até hoje, porque sempre gostei da envolvência da natureza e porque, quando somos dirigentes, é bom vermos os jovens a crescer e ver que o escutismo promove neles uma transformação que lhes permite estarem sempre prontos a ajudar e terem uma participação em questões do dia-a-dia e serem críticos daquilo que recebem e vêem”, explica.

Foi eleito chefe regional da Junta Regional de Leiria-Fátima do Corpo Nacional de Escutas para o mandato 2023-2026.

Etiquetas: CNEentrevistaescuteirosescutismoLeiriamulheresPedro de melo nogueira
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