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"Nesta idade, vive-se tudo intensamente e partilha-se tudo com o namorado, porque se confia, mesmo aquelas coisas que não se partilha com ninguém. Um dia, envia-se uma foto nua ou seminua. O namoro acaba, nem sempre bem e – até porque não há muita consciência das repercussões das coisas – o ex-namorado envia a foto a um amigo e este passa a outro.”
O alerta foi deixado pela inspectora-chefe da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, Fátima Marques, no 8.º Congresso Nacional de Medicina do Adolescente, que decorreu em Leiria. Abordando o tema Cyberbullying e adolescentes: da problemática à prevenção, Fátima Marques, que trabalha na investigação destes crimes, alertou que situações destas são “menos más”, se as fotos comprometedoras ficarem "entre mensagens privadas".
O perigo aumenta se for criado um perfil falso público e a imagem passa a circular na internet, situação que já levou "adolescentes a mudarem de escola". A inspectora revelou que o piquete da PJ de Leiria regista entre duas a quatro queixas por dia de crimes informáticos, sendo esta a área, aquela que "mais cresceu" e onde "há mais inquéritos".
"É raro o dia em que não haja duas, três ou quatro queixas de crimes informáticos", informou.
O presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina do Adolescente (SPMA) da Sociedade Portuguesa de Pediatria, Pascoal Moleiro, salientou que o “cyberbullying pode ser um episódio único, mas que uma vez online, se replica por quem partilha”.
“Pode cursar com difamação, ameaça e perseguição, roubo de identidade e humilhação pública”, pelo que, defende o pediatra do Centro Hospitalar de Leiria, é “importante denunciar à PJ, sem nunca encaminhar as provas para outros para não se fazer contaminação informática das provas perdendo-se-lhes o rasto” e “fazer printscreen do perfil do agressor”.
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