Constituição e valorização de rotas e percursos pedestres, cicláveis e equestres, recuperação de infra-estruturas de apoio à visitação, valorização de pontos de interesse turístico e de património construído e candidatura dos muros de pedra seca a património mundial.
Estas são quatro das mais de 80 acções previstas na proposta de plano de cogestão do Parque Natural das Serras de Aire e de Candeeiros (PNSAC), que está em discussão pública até ao dia 20 de Janeiro.
No total, o plano aponta para um investimento a rondar os 76 milhões de euros (ME), a concretizar com recurso a fundos comunitários, financiamento dos municípios abrangidos (Alcobaça, Ourém, Porto de Mós, Alcanena, Torres Novas, Santarém e Rio Maior), do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e de programas como o Fundo Ambiental.
Assente em três eixos – promoção; comunicação e sensibilização e valorização e protecção do património natural -, o plano preconiza acções transversais a todo o PNSAC e outras de âmbito concelhio.
O objectivo é “valorizar a área protegida”, acrescentado “valor aos activos presentes no território” e preservando o património. O plano “consubstancia um compromisso entre as entidades envolvidas na sua execução e pretende ser um elemento estratégico de apoio à gestão desta área protegida para o período 2024-2027”, pode ler-se na proposta, disponível nos sites dos municípios.
Sete “portas de entrada”
Do total do investimento previsto, a maior fatia – aproximadamente 67,5 ME – abrange a área da promoção. Entre as propostas está a criação de “sete entradas” no parque natural, que funcionarão como “pontos fixos de recepção aos visitantes e apoio à divulgação e promoção do território”.
São também propostos mais de 12 ME para valorizar recursos e infra-estruturas, onde se inclui uma rede integrada de percursos pedestres cicláveis e equestres de “pequena e grande rota”, a criação da e-rede eBike Aire & Candeeiros e de três centros de cycling (Agroal, Benedida e Alcobertas) e a promoção de rotas temáticas.
O plano defende também a valorização de pontos de interesse turístico, como a requalificação da capela de São Sebastião, em Ourém, a valorização do parque de campismo do Arrimal, em Porto de Mós, a instalação de miradouros e a criação de uma rota do Polje de Mira-Minde.
Está ainda programado um investimento de 2 ME na melhoria das condições de visitação do Sítio Paleontológico do Cabeço da Ladeira (Praia Jurássica de São Bento), bem como acções de “ordenamento, requalificação e gestão do Monumento Natural das Pegadas de Dinossauro, onde se prevê investir 7 ME.
O plano preconiza também acções de valorização e salvaguarda do património construído em pedra solta, abrangendo muros, muretes, cisternas, eiras e outras construções.
Entre as medidas propostas está um programa de reabilitação e preservação deste património, acções de formação em construção em pedra solta e a candidatura a património mundial.
Há ainda medidas de promoção e comercialização de produtos regionais, como a criação de uma rede de produtores e de um selo de certificação. A proposta de plano sugere também a realização de eventos “âncora” que, pela sua “dimensão ou diferenciação, tenham capacidade de captação de público e impacto supra-municipal”.
Nesse sentido, é proposta a realização de uma meia-maratona de estrada em Ourém, o Walking Festival Aire & Candeeiros e a Bienal de Arte & Natureza. Na área das smart villages o plano preconiza medidas de apoio à constituição de aldeias inteligentes no PNSAC e de comunidades de energia renovável.
Do plano constam também medidas focadas no estudo, valorização e protecção do património natural, como a criação e actualização da base de dados nas áreas da geologia e da espeleologia, e a monitorização de nascentes e do estado de conservação de espécies e de habitats.