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Home Opinião

Poema judicial

Luís Mourão, dramaturgo por Luís Mourão, dramaturgo
Novembro 10, 2024
em Opinião
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Depois do assassinato de um homem pela polícia na Capital do Império e do sequente discurso de alguma sensatez a par do cortejo de virgens lamentando-se debaixo das respetivas laranjeiras ou do exercício pornográfico público da direita fascistóide continuo a ter na cabeça a imagem de um dia soalheiro e tranquilo em que estando eu a trabalhar na Escola de Apelação resolvemos ir quase todos visitar a Quinta da Fonte que é do outro lado da estrada.

Má ideia porque nem há dois minutos estávamos no bairro quando a polícia fez uma incursão que algum objetivo havia de ter. Foi assim, estacionaram carrinhas e saíram de lá polícias de capacete escudo e bastão a correr dando bastonadas literalmente a toda a gente. Ficámos enfiados na entrada de um prédio. Não foi notícia.

E não foi notícia em 2021, por exemplo, a prisão de um rapaz que estava a colar um poema na parede que o polícia considerou injurioso para a instituição e portanto passível de ser considerado crime.

Como se explicou pacientemente à PSP fazia tudo parte de um projeto de uma exposição da poetisa e ativista dos direitos da mulher, particularmente da mulher de origem africana, a portuguesa de ascendência guineense, Gisela Casimiro.

O Ministério Público lá chegou à conclusão que o rapaz não era culpado de coisa nenhuma e que não tinha menosprezado a instituição nem intencionalmente denegrido a imagem da polícia e arquivou rapidamente o processo. Sobre a detenção ilegal do rapaz não disse nada. Assim como nada disse sobre a violação da Constituição e das leis sobre a nossa liberdade de expressão.

O poema que se chama Quando eu for grande, é assim: 
Quando eu for grande quero ser polícia para bater nos pais de outros meninos em frente aos outros meninos. 
O meu pai sempre me disse: 
cuidado a quem dás bastonadas. 
Nunca dês bastonadas a um preto 
se não vão achar que és racista. 
Se deres bastonadas a um branco 
estarás apenas a ser polícia. 
Ainda bem que não somos pretos. 
Imaginem se fossemos pretos. Já não podia ser polícia.

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990

Etiquetas: bairrobastonadascartazdireitos humanosjudicialLeiriaLuís Mourãoministério públiconotíciaofensaoperaçãoopiniãopoemapolíciaqueixaregião de Leiriatribunal
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