PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Opinião

Polissemias amorosas

Nuno Reis, professor e investigador por Nuno Reis, professor e investigador
Julho 31, 2025
em Opinião
0
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

A polissemia é uma parte divertida de qualquer língua. Sabemos que a mesma palavra pode ter múltiplos significados, dependendo do contexto e muitas vezes nem ligamos. Dizer “letra” já não me faz levantar o olhar e não duvido se se refere a um carácter tipográfico ou ao poema que acompanha uma melodia.

Não me deixa confuso o “cabo”: nunca tentei encaixar um militar numa entrada USB nem tampouco quis varrer o chão agarrando um fio. Nem sequer polissemias mais originadas pelo calão – a “dama” que sai da corte ou das cartas para objeto de galanteio, ou a inominável versão feminina de uma palavra usada para “garoto”.

Mas de vez em quando há umas que desafiam a lógica e me apanham na curva. Quando era garoto, ouvia a minha avó dizer que alguém tinha “morrido apaixonado”. A minha mente imaginava que, certamente, era alguma Julieta que tinha fenecido desgostosa por algo que o seu Romeu tinha feito. Achava estranho que a minha muito crente e devota avó soubesse tanto sobre amores sofridos, mas também nunca questionei. Só anos depois aprendi que paixão podia significar “grande desgosto”, significado motivado pela “paixão de Cristo”, a curiosa expressão que designa o sofrimento e martírio até à crucificação.

Lembrei-me desta confusão de garoto quando me apercebi que nos últimos tempos se banalizaram as referências a “amor”. Desde merchandising que pede “mais amor por favor” a troco de uns quaisquer 20 euros, a festivais que “são amor”, até situações que constituem “bolhas de amor”. No início, achei que era uma forma de explorar a polissemia da palavra (só na definição do dicionário Priberam aparecem 12 significados): afinal, um festival podia ser algo “suave ou delicado”, uma bolha podia ser uma situação “muito positiva ou agradável”, e pedir mais amor podia ser uma solicitação por uma “ligação intensa de carácter filosófico” (embora me questionasse porque é que isso custava 20 euros sem recibo).

Até que percebi que, afinal, era só uma palavra trendy. Uma hashtag ótima para ilustrar publicações inspiradoras no instagram – preferencialmente cheias de felicidade tão artificial como as fotos carregadas de filtros – mas absolutamente desprovida de significado. Afinal, repetir à exaustão uma palavra retira-lhe o seu significado, o que é especialmente grave quando estamos a falar de afetos e de fazer bem ao outro. Por isso, quero iniciar aqui o movimento “Menos amor (falso), por favor”: mais literalidade e mais verdade na expressão do Amor. Vamos salvar coisas especiais?

Texto escrito segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico de 1990

Etiquetas: Amorantigamentecomportamentoshastagjornal de leiriaLeirialinguagemlógicaNuno Reisopiniãopolissemiastrendy
Previous Post

Regantes do vale do Lis cépticos face a novo programa de emparcelamento

Próxima publicação

Casa dos Pintores: Reabertura com nova museografia e matemática aliada à cultura

Próxima publicação
Casa dos Pintores: Reabertura com nova museografia e matemática aliada à cultura

Casa dos Pintores: Reabertura com nova museografia e matemática aliada à cultura

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.