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Se pensarmos em tudo o que a Ciência nos proporciona ficamos assoberbados. Pelo tanto avanço científico e tecnológico que nos rodeia. São muitas, várias e variadas as Ciências em que hoje a sociedade se suporta. E todas elas se sustentam em pormenores. Pequenos elementos ou circunstâncias, minúcias, detalhes. Tal qual o dicionário aponta. Mas não serão antes pormaiores?
Afinal, não será um pormaior um único gene determinar toda uma doença? Ou um átomo mudar o curso da História? Creio que apenas existem pormaiores. Nas várias esferas da nossa vida, da nossa sociedade. Aqueles pequenos elementos ou circunstâncias, minúcias e detalhes, que, afinal, tal qual o dicionário também define como pormaior, excedem o outro em quantidade, volume, extensão, intensidade ou duração.
É isto, por definição, um pormenor e um pormaior. Respetivamente. Ou será cumulativamente? O pormenor daquele gene que afinal é um pormaior ao exceder os outros em intensidade e extensão da sua ação. O pormenor do átomo que afinal é o pormaior para a pior bomba que o mundo conheceu. E tantos outros. Nas várias esferas da nossa vida, da nossa sociedade.
No dia-a-dia, o pormenor de um erro ortográfico que imediatamente nos salta à vista, tornando-se um pormaior no juízo, ou avaliação, de quem o cometeu. Com n implicações para além daquela que determinou uma mera “gralha”. Ou até numa qualquer discussão banal, onde os pormenores se tornam sempre pormaiores. Na Ciência, é também isso que se faz. Estudam-se pormenores. Porque são pormaiores.
É no pormenor de uma molécula que se descobre a cura para uma doença. No mês em que se celebra o dia internacional da mulher cientista e da mulher médica, importa destacar este pormenor maior que para nós é hoje banal. Felizmente. Mulheres a fazerem Ciência e Medicina. Pormenor maior que há pouco mais de cem anos era ainda raro. Tanto que o primeiro Nobel ganho pela indiscutivelmente genial Marie Curie foi partilhado com o seu marido. Por não lhe reconhecerem a ela a capacidade para alcançar, sozinha, tais pormenores maiores da Ciência. Mas Marie Curie, afinal, não só foi a primeira mulher a ganhar um Nobel, como a primeira pessoa a ganhá-lo duas vezes e a única em duas áreas científicas diferentes.
A radioatividade teve várias implicações importantes no mundo. Para o bem e para o mal. Se por um lado é hoje central no diagnóstico de muitas doenças, é também causadora de outras tantas, se mal utilizada. Incluindo a morte da sua descobridora. Um pormenor pormaior.
