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Porto

Paulo Sellmayer, designer por Paulo Sellmayer, designer
Agosto 2, 2023
em Opinião
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Há num porto de rio um duplo sentido. São dois: para quem no final do curso do rio pare para pensar se avança para o mar ou se volta para trás; e para quem vem do mar para entrar pela terra dentro ou procura um poiso para descarregar. Sinto que é como uma boca que ora come ora fala, ora beija ora bebe. Aquele lugar para ver, para dentro, para o rio ou para a mãe, que somos feitos de água, salgada no choro, doce no prazer. Aquele lugar para sair, para fora, e, destemido, enfrentar a profundidade dos oceanos sem nunca sair apenas do contacto com a superfície.

Serve como ponto de contacto entre uma realidade anterior e outra posterior, localizando geograficamente o tempo, colocando o passado e o futuro no mapa do presente. Acontecem ali inúmeras descargas: para além de um não lugar é uma oficina de gruas e guindastes. Ficam contentores inteiros de coisas que nunca o que são. Caixas metálicas resguardam as entranhas de quem expediu tais mercadorias.

Já fui um cargueiro a recolher daqui e ali caixas dessas, e deixando outras que vinham já no porão, outras que vieram por si. É um barco um pouco como o nosso corpo. Vivemos na cabine, na cabeça, e o resto, a parte funcional, é espaço para carregar coisas pesadas. Outras mais leves decerto. Uma tonelada de qualquer coisa é uma tonelada de qualquer coisa. Vistas pelo volume carregam a certeza de que no porto são pesadas de forma científica, quando à vista o peso de uma coisa é aparentemente intuitivo.

Nunca atraquei em nenhum porto para lá ficar. No máximo uma rápida visita à casa de banho ou o tempo necessário para escrever uma mensagem mais prolongada, é o que levo de uma estação de serviço. Comecei essa viagem com um nome, uma palavra, no destino. Levou-me a um caminho no telemóvel, que tem dois sentidos. Porto, e podes ir. Vais e voltas, ou entras ou sais, mas levas sempre algo que deixas para trazer outra coisa. Era assim que vinha descrito no mapa da viagem a tarefa. Caminhante oficial, profissional das direcções erradas e especialista em motores avariados, era um trabalhador diligente na procura certa do ordenado do fim de mês.

Havia necessidade de com essas jornas trazer não caixas metálicas vazias de entendimento de volta, mas combustível para, primeiro regressar, e, depois de tomado o balanço, voltar. Os portos são aqueles pontos do desenho das rotas marítimas onde se ligam muitos traços vindos de quase todo o lado. Vistas de lado parecem-se com a repetição do registo das trajetórias de saltos fotografados para se medir distâncias e alturas dos seus acontecimentos.

Um dos apoios do triplo salto do atletismo. Há no porto um certo encanto por ficar à beira do rio e do mar. Fica perto do coração, que é aquela fronteira entre a loucura do caminho e a noção calma das marés repetitivas que adormecem os peixes no fundo mar.

Etiquetas: águabarcocontoescrita criativaLeirianavegarnavioopiniãoPaulo Sellmayerportoregião de Leiriario
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