A Capela de São Jorge, mandada construir no final do século XIV por D. Nuno Álvares Pereira para assinalar a vitória na Batalha de Aljubarrota, vai passar para a alçada da Câmara de Porto de Mós. O acordo para a transferência do património, aprovado na semana passada pelo executivo, prevê que o templo seja reabilitado, com obras que rondarão os 100 mil euros. O objectivo do município é depois “devolver” a capela à população e mantê-la de portas abertas à visitação.
“O campo militar representa a conquista da independência de Portugal. Passar a capela para a posse do município e da comunidade simboliza a independência face à Fundação [Batalha de Aljubarrota]”, afirmou o vereador da Cultura, durante a reunião de câmara. Na ocasião, Eduardo Amaral frisou que se trata de um património “único”, que não tem sido devidamente valorizado. “A população sentiu-se excluída e expulsa. Acho que é uma conquista do município, uma vitória tremenda para a população”, reforçou.
Por seu lado, o presidente da câmara, Jorge Vala, explicou que a transferência da capela para o município resulta de “conversações” com a Direcção Regional de Património Cultural (DRPC), que tiveram em conta a necessidade de requalificação do templo.
Do acordo, saiu o compromisso de que a obra será “mapeada como primeira prioridade” no âmbito dos fundos disponíveis para a Cultura no próximo quadro comunitário de apoios Portugal 2030, com o município a aceitar custear 15% da intervenção. Para Jorge Vala, o acordo “é uma excelente notícia para a população de São Jorge”, uma vez que a capela irá depois poder ser “fruída” e “estar aberta à visitação”.
O protocolo surge num momento em que a elaboração do Plano de Pormenor para a zona se encontra em fase final, prevendo-se que a proposta seja apresentada ao executivo “dentro de dias”.