Diminuir a quantidade de resíduos depositada em aterro e aumentar a sua valorização, nomeadamente, através da reutilização e reciclagem é o grande objectivo do Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU) de Porto de Mós, que prevê investimentos na ordem dos 2,3 milhões de euros a concretizar até 2023. A proposta de plano foi aprovada na última reunião de câmara e irá agora para discussão pública.
“Até 2030 temos a obrigação pesada de reduzir significativamente a deposição em aterro”, sob pena de as tarifas sofrerem “grandes aumentos”, advertiu o presidente da câmara.
Jorge Vala salientou também a necessidade de alterar o modelo de facturação, de forma a que o pagamento pela recolha e tratamento dos resíduos seja em função da quantidade produzida e não da água consumida, como acontece agora.
Nesse sentido, uma das medidas previstas no plano passa pela elaboração de um estudo para a implementação de tarifários baseados no princípio do poluidor-pagador ou com incentivos para quem mais separar e reciclar, bem como pela implementação de um projecto-piloto com contentores que permitam a aplicação desses sistemas.
O PERSU de Porto de Mós aposta também na melhoria da recolha selectiva, com a distribuição de ecopontos domésticos à população, a promoção da compostagem doméstica através da aquisição de kits para a deposição de resíduos alimentares e verdes e a compra de bio-trituradores para evitar a queima de sobrantes agrícolas, florestais e provenientes de parques verdes e jardins.
Outra das apostas do plano passa por fomentar a reutilização de materiais, através, por exemplo, de espaços de venda de artigos em segunda mão e de recepção de objectos que possam ser novamente utilizados, como têxteis, mobiliário e equipamentos electrónicos e eléctricos.
Na área dos biorresíduos (restos de comida, sobras de vegetais ou cascas de fruta), cuja recolha selectiva vai passar a ser obrigatória, está previsto um investimento na ordem dos 255 mil euros, que contempla a aquisição de viaturas para recolha, de contentores próprios e de equipamentos para a recolha porta-a-porta destinados a produtores não domésticos.
Rui Marto, vereador do PS, lamentou que o processo dos biorresíduos não esteja ainda em curso e disse esperar que “seja desta que a CIMRL [Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria] se una para uma ampla sensibilização das pessoas para reduzir a produção de resíduos”.