Fecharam portas há anos por falta de alunos, mas, num futuro próximo, poderão ganhar nova vida. As antigas escolas primárias de Telhados Grandes (São Bento) e de Casais dos Vales (Alqueidão da Serra), no concelho de Porto de Mós, irão ser recuperadas e transformadas em albergues para acolher peregrinos, mas também estudantes do ensino superior que estejam na região a desenvolver trabalhos de investigação.
Os dois edifícios já foram cedidos às juntas de freguesia, que se encontram a trabalhar nos projectos de recuperação, a concretizar em parceria com o município.
Eduardo Amaral, vereador da Cultura e do Turismo, explica que as in- tervenções inserem-se no âmbito de um projecto mais vasto de recuperação e valorização de antigos caminhos de Fátima, “usados pelas populações das aldeias” do concelho para chegar à Cova da Iria. “O objectivo era chegar o mais rápido possível, atalhando pela serra. Ora, são esses percursos antigos que queremos reactivar”, refere.
[LER_MAIS] Segundo o vereador, a Câmara de Rio Maior manifestou também interesse em participar, com a recuperação de um dos caminhos do concelho que liga à localidade de Casal Vale Ventos, em Arrimal, já no município de Porto de Mós. Daí, segue em di- recção à Mendiga, Cabeça das Pombas, São Bento, Alvados, Alcaria e Alqueidão da Serra, ligando depois a São Mamede, no concelho da Batalha.
As antigas escolas entram no projecto como casa-abrigo para acolher caminheiros, mas também estudantes universitários. O autarca explica que, no âmbito de protocolos que o município já tem com a Escola Superior Agrária de Coimbra e que pretende firmar com a Universidade do Porto, está previsto o apoio destas insituições de ensino a projectos da Câmara. “Os jovens estudantes que participem em trabalhos de campo poderão ficar alojados nessas casas”, diz o vereador.
Eduardo Amaral falava ao JORNAL DE LEIRIA à margem da última reunião de Câmara de Porto de Mós, realizada na freguesia de Pedreiras, onde foi aprovada a cedência, em regime de comodato, das antigas escolas primárias de Cruz da Légua e do Tojal. A primeira ficará ao serviço do Conselho Económico e Social das Pedreiras, que aí instalará salas de catequese e um espaço de convívio para a comunidade. A do Tojal foi cedida ao Grupo Desportivo, com vista à criação futura de um ATL.
Na ocasião, o presidente do município referiu que a autarquia pretende manter a propriedade das escolas desactivadas, cedendo-as para ocupação, porque “é um património que faz parte da memória colectiva”.