O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) vai avançar com a classificação da Jazida do Cabeço da Ladeira, a Praia Jurássica de São Bento, em Porto de Mós, como monumento natural.
O anúncio foi feito esta segunda-feira por Rui Pombo, director regional de Lisboa e Vale do Tejo deste organismo, à margem da inauguração do Miradouro de Chão das Pias, em Serro Ventoso.
Confrontado pelos jornalistas com as críticas do presidente da Câmara de Porto de Mós à “degradação” e “falta de soluções” para a Praia Jurássica, o representante do ICNF revelou que a classificação da jazida está em marcha e que irá abrir portas à captação de fundos para as intervenções necessárias.
“Não sendo monumento, não havia possibilidade de candidatura a fontes de financiamento disponíveis”, [LER_MAIS]justificou Rui Pombo, frisando que estão em causa investimentos “muito avultados” na conservação e valorização da jazida.
Para já, e tendo em conta o “impasse” que o processo tem tido, o autarca de Porto de Mós prefere esperar para ver os efeitos práticos da classificação. “Mais de 15 anos depois da descoberta, ainda não se sabe o caminho a seguir”, lamenta Jorge Vala, que no discurso que fez no âmbito da inauguração do miradouro não poupou nas críticas ao ICNF.
Além da Praia Jurássica, o autarca referiu a “demora” deste organismo em dar parecer à realização de sondagens para o projecto da criação de uma zona de contemplação na Fórnea, que ajude a “ordenar” a visitação.
“Aguardamos há dois anos”, criticou Jorge Vala, lamentando também o arrastar do processo de “recondução” do plano de ordenamento do parque natural em programa, o que está a “atrasar” a revisão do PDM de Porto de Mós.
Em relação ao projecto da Fórnea, Rui Pombo justificou a morosidade com a necessidade de ponderar “muito bem”, tendo em conta que “a própria sondagem pode ser prejudicial à conservação do espaço”.
Quanto ao atraso na aprovação do programa de ordenamento, o representante do ICNF assegurou que o processo está perto do fim. Na sua intervenção, Jorge Vala chamou ainda a atenção para o aumento “preocupante” da população de javalis no concelho, com “destruição de muros de pedra seca, culturas e capoeiras”.