O ténis português atingiu mais um marco histórico na semana passada e teve, pela primeira vez, três jogadores no quadro principal. Como se não bastasse, dois deles conseguiram chegar ainda mais longe e marcar presença na terceira ronda desta que é uma das maiores competições mundiais da modalidade.
Além do já consolidado Nuno Borges, o jovem Henrique Rocha (200.º no ranking) surpreendeu tudo e todos ao bater o 19.º mundial Jakub Mensik e garantir a passagem à fase seguinte.
Nos bastidores, uma figura leiriense torcia, exactamente, para que o sonho fosse possível. André Lopes integrou a comitiva portuguesa, em Paris e é um dos treinadores de Henrique Rocha que, ao longo do ano, acompanha o atleta para diversas provas internacionais. Sobre estes últimos dias em Roland Garros, afirma que a experiência foi “especialmente gratificante, porque foram ultrapassadas várias etapas” e, mais uma vez, o ténis português mostrou que tem qualidade para pertencer à elite.
O responsável pelo Racquet Sports & Social Club, em Leiria, mostrou-se orgulhoso pelo percurso do pupilo neste grande palco mundial, uma vez que, além de bater grandes nomes do ténis, estreou-se com sucesso a jogar encontros à melhor de cinco sets.
“Estão a quebrar-se muitas barreiras e obstáculos, não só para os jogadores, mas para o País e para o ténis português”, constatou o treinador leiriense, que dedica 20 semanas do seu ano a apoiar este tenista e, em simultâneo, Jaime Faria. Para André Lopes, estes tenistas já não são jovens promessas, mas sim “confirmações”. A mentoria é dividida ainda com Pedro Sousa, também ex-jogador que alcançou o 99.º lugar no ranking mundial.
No arranque do Roland Garros, Henrique Rocha ocupava o 200.º lugar do ranking mundial e, após esta exibição, a expectativa é subir vários lugares. “O ranking será actualizado apenas após o Roland Garros terminar. Nas classificações provisórias, a que temos acesso, ele está no lugar 146, é um salto grande. Mais importante do que isso é o nível a que ele conseguiu competir durante estas duas semanas”, destacou o técnico.
Para André Lopes, acompanhar estes jovens é um “desafio muito engraçado que dá, obviamente, muito gosto”. O currículo deste ex-jogador é recheado de experiências internacionais e é através delas que tenta, transmitir conhecimento que ajude os jogadores a “lidar com as emoções no final do jogo”.
Daqui a três semanas, poderemos ver novamente esta equipa em acção, desta vez para o Torneio de Wimbledon.