Um documento “fundamental para o crescimento” da cidade-santuário nos próximos anos. Foi desta forma que Luís Albuquerque, presidente da Câmara de Ourém, se referiu ao novo Plano de Urbanização de Fátima, cuja proposta vai entrar em discussão pública este mês, e aponta para um valor global de investimento a rondar os 42 milhões de euros a concretizar na próxima década. Destes, 30 milhões envolvem intervenções da responsabilidade do município.
A requalificação de vias estruturantes, como as avenidas Papa João XXIII e Irmã Lúcia de Jesus, as designadas estradas de Minde e da Batalha, a criação do parque da cidade nas antigas pedreiras do Moimento, a ampliação do estádio de Fátima e a construção de um pavilhão gimnodesportivo e de dois campos sintéticos são alguns dos investimentos públicos previstos.
Está ainda projectada a construção de uma variante, a unir a estrada da Batalha e a futura zona desportiva a nascer em torno do estádio. Na área da mobilidade, o plano preconiza a implementação de uma rede ciclável a ligar toda a cidade, incluindo ao futuro parque verde, bem com a pedonalização de algumas ruas na zona mais central da Cova da Iria e a criação de parques de estacionamento periféricos, a funcionar em articulação com transportes públicos, nomeadamente com o circuito urbano que a câmara está a criar com recurso a viaturas eléctricas.
Ao nível das operações de urbanismo, o novo plano, que deverá entrar em vigor ainda este ano, será “mais flexível”, sublinhou Rute Afonso, arquitecta que coordenada a equipa responsável pela elaboração do documento, durante uma sessão de apresentação da proposta de revisão, realizada no passado dia 24.
Na ocasião, a técnica revelou, a título de exemplo, que vai acabar a regra que restringia os usos de comércio e serviços ao rés-do-chão, promovendo uma “maior compatibilidade de funções” . Também terminará a obrigatoriedade de criar unidades de execução, com “a gestão urbanística a poder fazer-se à parcela, com operações de loteamento ou estudos de conjunto”.
Nessa lógica de “flexibilidade” foi reduzida a área reservada a equipamentos, sendo que, em caso de necessidade, estes podem surgir noutros espaços. “Pelo plano em vigor, a cidade tem 14 hectares de propriedade privada bloqueada desde 2002, que continuam por executar. O novo documento traz maior rigor na delimitação de área para equipamentos”, alega André Oliveira, técnico do município, que integra a equipa de revisão do plano.