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Home Opinião

Processo de estupidificação em curso

Nuno Reis, professor e investigador por Nuno Reis, professor e investigador
Março 14, 2025
em Opinião
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Vivemos no mundo dos conteúdos curtos e imediatos. Quem se atrever a escrever um texto longo – como este que agora inicio e que terá cerca uma página A4 – já sabe que dificilmente será lido. Tudo o que está para além de uma frase, uma ideia, um soundbite, está condenado ao insucesso. Trata-se, dizem-me, da redução da capacidade de atenção das pessoas, a incapacidade de focar num mesmo assunto por períodos longos.

Este é um sintoma da crescente dificuldade em refletir, em pensar de forma profunda. Por ser difícil a reflexão aprofundada, resume-se tudo a superficialidades, sem matizes mas com possibilidade de entrincheiramento. Mas, é também um motivo da falta de reflexão: para quê perder tempo a produzir algo mais aprofundado (um texto, ou uma conversa), se ninguém vai prestar atenção e muito menos reter?

É uma pescadinha de rabo na boca: sintoma e causa de uma espiral descendente e infernal. No fundo, esta falta de atenção é mais uma vertente do processo de estupidificação em curso. O movimento anti-intelectualista é outra das vertentes que estupidifica a humanidade. A rejeição da ponderação, a falta de visão de longo prazo, o menosprezo de tudo quanto não tenha aplicação imediata, o desdém pelo que não é prontamente traduzido em dinheiro, são facetas do anti-intelectualismo característico de fundamentalismos religiosos.

Recorde-se a proibição da música pelos talibans, ou a negação dos progressos científicos pela inquisição. Mas, o fundamentalismo religioso está pujante e saudável (veja-se o caso dos EUA ou do Brasil, e como rejeitam a ciência), a que se juntam os fundamentalismos da autoajuda. Substitui-se uma divindade pelo próprio, que é também omnipotente, e está aberto o caminho para não ser necessária a escola: “nunca precisei do teorema de Pitágoras na vida, porque hei-de perder tempo com isso?”

A estupidificação conhece o seu degrau mais recente com o argumento “não é preciso saber isso porque eu pergunto ao ChatGPT”. A confiança cega numa resposta que um desconhecido algoritmo fornece é alarmante. E a aceitação passiva, com ingénuos argumentos da benevolência tecnológica é, na melhor das hipóteses, uma ingenuidade atroz.

Com a minha assumida, e já confessada aqui, veia de Velho do Restelo, vejo este processo de estupidificação em curso cada vez mais acelerado. Parece-me que nunca a humanidade esteve tão próxima do mundo imaginado no filme “Idiocracy”, de 2006. Vale, contudo, que poucos resistentes chegam a este final, e são poupados ao meu pessimismo.

Texto escrito segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico de 1990 

Etiquetas: chatgptculturaestudantesestudoestupidificaçãofacilitismohumanidadeLeiriaNuno Reisopiniãopensamentopreguiçareflexãoregião de Leiriaresumo
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