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adesão de Portugal à UE Joaquim Guardado Aniversário Liga dos Amigos do Hospital de Distrital de Leiria hostel Pia do Urso animais milimétricos deixar de fumar Marisa Matias Marcelo Rebelo Sousa Banif Montras FJN MOldes Roca Os Iberzitos Técnico de Juventude herpes labial Arrendamento Jorge Jesus União Desportiva de Leiria Nataniel Lopes Rotativas jornais Teatro José Lúcio da Silva Luciano Larossa Teatro da Rainha Mariana Santos O salto David Martins António Sales Sonae
Adesão de Portugal à UE: 30 anos depois, nível de vida continua inferior à média europeia A entrada de Portugal na então CEE mudou o país e a região. Os milhares de milhões de euros recebidos ajudaram a modernizar a economia, mas nem sempre foram aproveitados da melhor maneira. Depois de vários anos em “rota de convergência” com a União Europeia, nos anos seguintes à adesão e na década de 1990, Portugal passou a um “processo visível de divergência” nos anos recentes, em que vigorou o programa de ajustamento.
Esta é uma das conclusões do estudo Três décadas de Portugal Europeu: balanço e perspectivas, segundo o qual em 2013 o nível de vida das famílias portuguesas era 25% inferior à média europeia, “a mesma distância que registava em 1990”. O trabalho, coordenado pelo economista Augusto Mateus para a Fundação Francisco Manuel dos Santos, marca as três décadas da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (a entrada de pleno direito aconteceu a 1 de Janeiro de 1986). Analisa a evolução de 25 indicadores da área social e de outros tantos da área económica, situando o País no contexto europeu e apontando tendências de futuro. “A concretização com sucesso da transição de ‘país da coesão’ para ‘país da moeda única, que deveria ter moldado a gestão dos ciclos de programação 2000-2006 e 2007-2013, não foi conseguida”, lê-se no documento. Esta era já uma das conclusões de um trabalho anterior coordenado também por Augusto Mateus, a propósito dos 25 anos da adesão, e que “sai muito reforçada neste segundo estudo”, que conclui que Portugal se situa num “insustentável posicionamento de meio caminho”. Esta “posição insustentável requer uma trajectória de progresso, em termos de uma competitividade inseparável de uma efectiva coesão económica, social e territorial que, no entanto, só poderá ser alcançada com prioridades e objectivos muito mais focalizados e com uma afectação de recursos muito mais concentrada e, portanto, muito mais difícil de consensualizar”. Significa isto que tal nem sempre terá acontecido durante estes anos em que Portugal recebeu 96 mil milhões de euros de fundos comunitários (ver caixa). Além da “consolidação da democracia” e do fim das “veleidades revolucionárias de alguns”, Ricardo Charters d’Azevedo aponta dois tipos de vantagens da adesão de Portugal à agora União Europeia: os aspectos sociais, quer na saúde (com impacto na esperança de vida e na redução da mortalidade infantil), quer na educação, pois permitiu comparações de indicadores e a adopção das melhores práticas europeias”. Também aumentou o nível da formação profissional e do bem-estar global no País. Para o antigo director do gabinete da CE em Portugal, há também a realçar a vertente económica, com os vários investimentos concretizados, “uns bons, outros menos bons”, mas que permitiram melhorar as condições do nosso tecido empresarial. Apesar da “má utilização de alguns fundos, o balanço é positivo”, entende Charters d’Azevedo, para quem o País conseguiu uma “panóplia de melhorias que não teria conseguido obter sozinho”, até porque além do dinheiro recebeu apoio técnico. Entre os inúmeros projectos executados com verbas comunitárias pode referir-se a construção de milhares de quilómetros de auto-estradas, vias principais e complementares, aposta da qual a região de Leiria também beneficiou. Além disso, só no I Quadro Comunitário de Apoio (1989- 1993), e a nível nacional, foram construídos 662 estabelecimentos de ensino e 132 infra-estruturas culturais. Foi também neste período que se iniciou a construção de três novos hospitais no País, entre eles o de Leiria, que seria concluído no II QCA (foi inaugurado em 1995). Tudo isto a par dos muitos milhões que chegaram às empresas. Para Eduardo Louro, a região de Leiria “aproveitou os fundos comunitários para crescer, talvez até de forma mais equilibrada do que o resto do País”. O investimento em infra-estruturas e acessos permitiu-lhe “ganhar uma centralidade que de todo não tinha”, diz o economista de Leiria, lembrando as muitas horas que eram necessárias para ir da nossa região para o Norte ou para o Sul do País antes da existência da A1. A nível empresarial, a adesão de Portugal à UE permitiu à região consolidar algumas das suas actividades, e diversificar, mas também houve muitas indústrias que “perderam o comboio”. Eduardo Louro lembra por exemplo o sector têxtil, forte no Norte do distrito e em Mira de Aire antes da entrada na Europa, e que acabou por praticamente sucumbir ao longo dos anos da integração. Também as pescas sofreram, com a redução da frota. No entanto, “ponderados os ganhos e as perdas, os primeiros superam as segundas”, considera. O economista lembra ainda a mudança nos padrões de consumo, permitida pela pertença ao projecto europeu. Com crédito mais barato, as famílias passaram a ter acesso a muitos bens que antes pareciam inacessíveis. O “pequeno comércio tradicional” sofreu as consequências do aparecimento da grande distribuição. “Quando se atingem determinados padrões de consumo, passa a justificar-se outro tipo de investimento a nível comercial”, diz. Fundos comunitários Quase 100 mil milhões de euros para Portugal Entre 1989 e 2013, o volume total de fundos estruturais e de coesão disponibilizados a Portugal superou os 96 mil milhões de euros. Somando -lhe as contrapartidas pública e privada nacionais o montante global de investimento programado ascende a 178 mil milhões de euros, valor que “supera a riqueza anualmente gerada pela economia portuguesa”. O JORNAL DE LEIRIA tentou obter dados relativos aos fundos canalizados para o distrito no mesmo período, mas não foi possível em tempo útil. Dados da CCDRC, relativos ao Programa Operacional Regional do Centro (QREN 2007-2013) revelam que Leiria viu aprovadas 800 operações, que envolveram 378 milhões de euros, mas só 285 milhões foram efectivamente executados.
Joaquim Guardado – “Metade da população dos lares será demente em 2020” O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Pombal emociona-se quando fala dos ‘seus’ meninos do centro de deficientes profundos de Fátima, que gere e considera a “mais bonita” experiência da sua vida. Quais os problemas sociais que mais afectam o concelho de Pombal? As dificuldades financeiras. E temos muita gente, nomeadamente idosos, a quem fornecemos alimentação gratuitamente. Até o fazemos de uma forma mais diplomática, que é ir entregar diariamente nas suas casas – sem que se saiba se as pessoas pagam ou não – como se fosse um serviço de apoio domiciliário. São pessoas daquele sector chamado de ‘pobreza envergonhada’, que não querem assumir que têm essas dificuldades. Esse é um problema não só de Pombal. Mesmo na infância há uma diminuição clara dos valores que os pais podem pagar nas creches. Temos muitas crianças a pagar valores mensais de 25 a 35 euros, o que dá uma ideia das dificuldades que existem nestas instituições. Como consegue manter a estabilidade financeira? Somos proprietários do hospital de Pombal, que é gerido pelo Centro Hospitalar Leiria-Pombal. Temos uma renda mensal de cerca de 4500 euros e é isso que nos dá uma almofada financeira para resolver estes problemas sociais. O anterior Governo falou na hipótese de passar a gestão dos hospitais para as misericórdias. Prefere manter o arrendamento do edifício ou a gestão do hospital? Vender património nunca. Os hospitais foram geridos pelas misericórdias até ao 25 de Abril de 1974. Depois houve um processo de nacionalização. Alguns hospitais ainda continuam a ser geridos pelas misericórdias, outras fizeram um acordo com o Estado, que passou a gerir pagando uma renda, como é o caso de Pombal. O que pretendemos manter é a situação actual. Somos proprietários e temos um contrato de arrendamento com o Estado. Disse que tem cada vez mais crianças a pagarem 35 euros, mas há críticas que acusam a Misericórdia de ter a creche e o lar lotados com utentes que pagam a mensalidade máxima. Qualquer instituição tem de ser sustentável. A Misericórdia é aberta a todas as pessoas e resolve os problemas sociais a muita gente e com qualidade. Se não fosse a misericórdia o que seria destas pessoas? No lar temos pessoas que almoçam e jantam sem pagar. E não só trabalhadores por conta de outrem que perderam o emprego, mas também pessoas que tiveram pequenos negócios e o dinheiro que conseguiram amealhar já está gasto. Agora dependem do serviço da misericórdia, mantendo a mesma dignidade humana. Nós, as misericórdias, e as IPSS [instituições particulares de solidariedade social] temos sido nos últimos anos uma almofada social para resolver muitos problemas existentes no País. Na creche também temos filhos de pessoas com boa capacidade financeira, que chegam a pagar um máximo de 180 euros, e podíamos ir mais além. Nesta casa todos são iguais. Não é uma escola de elite, nem é só para pessoas com dificuldades. Integra-se toda a comunidade social. Precisamos de todos, porque qualquer instituição precisa de sustentabilidade. O custo médio de um utente em lar está entre os 900 e 950 euros. Recebemos à volta de 360 euros do Estado. Se [utente] tiver uma reforma de 400 euros – o que não acontece com a maior parte – quem paga o restante? Hoje a entrada das pessoas nos lares nem sempre pode ser por ordem de inscrição. Imagine-se, por exemplo, que um utente que paga 950 euros morre. Se entra outro que só pode pagar 550 euros, quem paga a diferença? Como está a situação financeira da Misericórdia de Pombal? Cada vez temos menos pessoas a deixar-nos os seus bens. Ainda é uma área com algum peso, mas não significativo. Em todo o lado há uma clara diminuição dos beneméritos. E não é fácil gerir estas instituições. Muitas vezes é “chapa ganha, chapa gasta”. Tem de ser uma gestão muito cuidada e com um aspecto de exigência e qualidade. Isso é a marca da diferença. A situação da Misericórdia é clara e simpática, com qualidade. Por exemplo, a Misericórdia de Pombal é das poucas do País que é certificada pela Equass. Isso diferencia-nos das outras instituições. Com o aumento da esperança média de vida, os lares começam a ter novos desafios?
Os animais milimétricos que habitam as nossas grutas Região tem quatro das oito novas espécies de bichos-de-conta identificadas em Portugal. Têm dimensões milimétricas – “um a quatro milímetros de comprimento” -, vivem mergulhados na escuridão, sem olhos nem cor, mas desempenham “um papel muito importante” nas cadeias alimentares das grutas. Falamos dos bichos-de-conta subterrâneos.
E falamos deles a propósito da nova lista de espécies registadas em Portugal, que acaba de ser actualizada pela mão de Ana Sofia Reboleira, bióloga e investigadora ligada às Universidades de Aveiro e de Copenhaga, natural de Caldas da Rainha.
A monografia agora publicadadá conta de oito novas espécies para a ciência identificadas em Portugal, duplicando o número das que eram conhecidas desde 1946. E, dessas oito, quatro foram descobertas em grutas da região.
“São oito novas espécies, um considerável enriquecimento do nosso património biológico. Tratam-se de animais com uma distribuição geográfica muito reduzida, aquilo a que chamamos espécies endémicas, que vivem apenas em ecossistemas subterrâneos e, portanto, escondidos da maioria de nós”, nota Ana Sofia Reboleira, sublinhando que “muitos destes animais vivem em apenas uma gruta”.
Pelo que, defende, “é prioritária a conservação destas grutas. Caso contrário, “há risco de extinção destes animais”.
A bióloga explica que a monografia agora publicada, que actualiza a lista que se mantinha inalterada há quase 70 anos, insere-se na sua linha de investigação em biodiversidade de ecossistemas subterrâneos e engloba os bichos- de-conta recolhidos em grutas de Norte a Sul do País.
Essenciais nos ecossistemas subterrâneos
Seres com função recicladora
As quatro novas espécies de bichosde- conta identificadas na região foram baptizadas com os seguintes nomes: Metatrichoniscoides salirensis – Gruta de Salir do Porto, em Caldas da Rainha -, Miktoniscus longispina – Gruta da Cerâmica, no maciço de Sicó, e no planalto de Cesaredas, que abrange os concelhos de Bombarral, Óbidos, Peniche e Lourinhã -, Moserius inexpectatus – Serras de Aire e Candeeiros – e Trichoniscoides sicoensis – Gruta do Soprador do Carvalho, no maciço de Sicó (na foto).
As restantes quatro novas espécies foram descobertas nas Serras da Arrábida e Montejunto, em Cascais, no Alentejo e no Algarve. Além do contributo para o enriquecimento do património biológico que traz a descoberta destas novas espécies, Ana Sofia Reboleira chama a atenção para a importância biológica destes seres quase invisíveis.
“Têm um papel muito importante nas cadeias alimentares das grutas. São responsáveis pela reciclagem dos nutrientes, uma vez que se alimentam de detritos e servem de presa a vários predadores cavernícolas, como pseudoescorpiões, aranhas e centopeias. São, por isso, essenciais ao bom funcionamento dos ecossistemas subterrâneos”, frisa.
Bióloga das Caldas publica monografia
Natural de Caldas da Rainha, Ana Sofia Reboleira, 34 anos, é a autora de uma monografia com todas as espécies adaptadas à vida nas grutas registadas até agora em Portugal. O trabalho da investigadora, ligada às Universidades de Aveiro e de Copenhaga, identifica oito novas espécies de bichos-de-conta.
“Jorge Jesus é o único treinador com quem cheguei a ter pesadelos” Nos dias que correm é o homem do momento, mas há dez anos era técnico da União de Leiria. Fomos conhecer os segredos e o impacto que tinha nos atletas. Entre os vários treinos de futevólei que lhe preenchem os dias, lá conseguimos falar com Maciel. O atleta brasileiro que contribuiu para a vitória do FC Porto na Champions League de 2004 não esquece a União de Leiria e por isso rapidamente acedeu em falar telefonicamente para a reportagem deste semanário.
Montras são o precioso trunfo que muitos se esquecem de jogar
Caro comerciante, caro lojista, se por acaso pertence ao grupo daqueles que acreditam que para manter a montra aprumada basta vestir o manequim, saiba o quanto perde por desvalorizar esta vertente do negócio. Na passada sexta-feira, a Associação Comercial e Industrial de Leiria, Batalha e Porto de Mós (Acilis) divulgou os vencedores da 20.ª edição do Concurso de Montras de Natal, que este ano surpreenderam o júri com criações subordinadas ao tema Brilho de Natal.
Parem as rotativas! Cada vez menos jornais, concorrência da internet e redes sociais, fim do suporte em papel e ausência de um modelo de negócio. A imprensa, considerada o quarto poder e garante da democracia, sofre às mãos do quinto poder e de uma sociedade desinteressada. Entre 2007 e finais de 2014, o País ficou com menos 1218 jornalistas. A este número, acrescem mais cerca de 200 que ficaram sem emprego no final de 2015. “Em 2016, vai ser ainda pior”, alerta o jornalista Paulo Querido, num texto publicado na sua newsletter Hoje.li.