Os resultados alcançados pelos estudantes que aderiram ao Observatório para o Sucesso Académico (OPSA) 2.0 foram positivos, segundo testemunhos apresentados, na terça-feira, durante a sessão de balanço do projecto do Politécnico de Leiria.
No entanto, a adesão ficou aquém das expectativas e longe dos três mil estudantes que o OPSA tem como meta atingir em dois anos. No último ano lectivo, inscreveram- se 217 mentorandos, 274 mentores (estudantes mais velhos) e 170 professores tutores.
“Queremos chegar a 3 mil estudantes do primeiro ano, pela primeira vez, e ainda estamos longe desse número. Temos dificuldade em chegar até eles. Não só fazê-los conhecer os programas, como terem a motivação para se inscreverem”, admitiu Susana Monteiro, uma das coordenadoras do OPSA 2.0.
Já a pensar no próximo ano lectivo, o objectivo é encontrar outras estratégias para informar os estudantes desta resposta que o Politécnico disponibiliza aos alunos para combater o insucesso e o abandono escolar. Uma das medidas passará por serem os ‘veteranos’ a transmitir aos caloiros as respostas que o OPSA oferece, assim como divulgar nas redes sociais pequenos vídeos atractivos.
“Esta nossa dificuldade em chegar aos estudantes é uma questão transversal. Todas as instituições nacionais e internacionais” denotam o mesmo problema, sublinhou Susana Monteiro.
Carolina Oliveira e Abimael Dias aderiram ao OPSA e garantem ter sentido melhorias, não apenas nos resultados académicos, mas, e sobretudo, nos métodos de estudo, na motivação e envolvimento, na objectividade e comunicação e até em falar em público.
Os estudantes de Comunicação e Media e Contabilidade e Finanças, respectivamente, asseguraram que o acompanhamento próximo foi uma mais-valia para o seu percurso. Catarina Mangas destaca que “o sucesso é muito mais do que ter boas notas”.
“Importa trabalhar um conjunto de áreas do ponto de vista emocional, social, relações, interpares, etc, e o OPSA tem dado uma resposta muito forte”, reforçou outra das coordenadoras. Esta docente acredita que ao apostar “mais nas áreas em que há maior insucesso – Matemática, Física e Química -”, o programa vai ao encontro de algumas dessas fragilidades”.
Vítor Távora, coordenador da plataforma para o sucesso académico, avançou uma taxa de cerca de 10,8% de abandono dos estudos no ano lectivo de 2024/2025, num total de 1.410 estudantes. Apesar da redução, este é um valor que também está longe da meta estabelecida no OPSA. O objectivo é uma redução de 10,2%, face à referência de 2020/21, cujo valor foi de 16%.
Para Susana Monteiro, “qualquer número acima de zero é sempre preocupante”, mas explica que muitos estudantes podem deixar o Politécnico de Leiria para ingressar noutra instituição e não porque desistem do ensino superior.