Foi no ano lectivo de 2015 que o Agrupamento de Escolas da Batalha integrou um grupo de projectos-piloto de descentralização de competências na Educação. Quatro anos depois, o director Luís Novais garante que o balanço é “positivo”.
“A proximidade entre a Câmara da Batalha e o Agrupamento permite a resolução mais rápida e eficaz dos problemas que surgem.”
A negociação “foi feita pelo Município envolvendo sempre a escola, pois o ponto de partida foi garantir que as decisões pedagógicas seriam sempre uma competência da escola e as questões financeiras seriam partilhadas”.
Ou seja, “as competências seriam assumidas, pela escola ou pelo Município, de acordo com o aspecto mais vantajoso”.
Segundo Luís Novais, a municipalização permite “que haja um diálogo permanente e a resolução dos problemas torna-se mais rápida”, até porque “quem tem o poder da decisão, se não for a escola, está aqui mesmo ao lado”.
O responsável acrescenta que é “também uma mais-valia na construção e reformulação da escola”, nomeadamente no apetrechamento “com mais material pedagógico”. No regresso às aulas deste ano lectivo, os alunos da escola da Batalha encontraram um edifício mais moderno e com outras condições.
O Município da Batalha avançou com uma obra estrutural, [LER_MAIS] num investimento total de cerca de três milhões de euros, “com a comparticipação do 2020 e do Ministério da Educação”, explica Paulo Batista Santos.
Para o o presidente da Câmara da Batalha, a “descentralização”, como prefere apelidar, “faz toda a diferença”.
“Foi uma oportunidade para a nossa escola reforçar a sua autonomia e melhorar a qualidade das aprendizagens”, destaca, não retirando o “mérito à escola”.
O autarca salienta ainda que a proximidade permitiu a “concretização de projectos e actividades que não aconteceriam se não fosse com o apoio da Autarquia”, assim como “orientando uma maior interligação entre a escola e a comunidade, nomeadamente, o tecido empresarial, relevante para a empregabilidade”.
96% no ensino superior
O Agrupamento da Batalha assume como lema “um espaço VITRAL”, ou seja, um “projecto que aglutina Vontades, Inovação, Trabalho, Responsabilidade, Aprendizagem e Lideranças”. São os pedaços coloridos do novo vitral da Batalha”, revela Luís Novais. O director afirma que na escola os alunos têm voz activa e são preparados não apenas para os resultados escolares para também para o seu futuro enquanto pessoas. “Mais importante que os resultados são as aprendizagens que os alunos fazem. É evidente que todos ficamos satisfeitos quando vemos que os nossos alunos seguem aquilo que são os seus sonhos. Este ano, 96% dos nossos alunos ficaram colocados no acesso ao ensino superior e 67% na primeira opção que escolheram”, revela. No entanto, para Luís Novais, é “fundamental” que os jovens “tenham competências para resolver problemas, saibam trabalhar em equipa e tenham espírito de iniciativa”. “É isso que trabalhamos no dia-a-dia, assim como o envolvimento dos alunos na resolução dos problemas internos”, acrescenta, ao exemplificar com projectos como a educação pelos pares. Na Batalha, há um grupo de alunos que voluntariamente dá “explicações” aos colegas com dificuldades em algumas disciplinas, sempre com a supervisão de um docente.